São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 2008

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Festival de Veneza começa com Pitt, Clooney e Cakoff

Festival de cinema tem abertura hoje com curta de Manoel de Oliveira filmado no Brasil e novo longa dos irmãos Coen

Co-produções nacionais "Birdwatchers" e "Plastic City" estão em competição; Bressane e Zé do Caixão têm sessões fora da disputa


IVAN FINOTTI
ENVIADO ESPECIAL A VENEZA

O festival mais antigo do mundo começa hoje em Veneza com George Clooney, Brad Pitt e Leon Cakoff. É isso mesmo que você leu: Clooney, Pitt e Cakoff são atores dos filmes da abertura oficial da 65ª edição do festival, hoje, às 19h, na sala grande do Pallazzo del Cinema, com 1.078 lugares.
Os norte-americanos estrelam "Queime Depois de Ler" (estréia no Brasil em 28 de novembro), dos irmãos Joel e Ethan Coen ("Fargo", "Onde os Fracos Não Têm Vez").
Já Cakoff, diretor da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, é o protagonista do curta "Do Visível ao Invisível", do português Manoel de Oliveira ("Um Filme Falado"), que fará cem anos em dezembro.
"Na história, encontro um amigo na avenida Paulista, mas não conseguimos conversar porque os celulares não param de tocar", conta Cakoff.
"A filmagem foi feita em 2004, mas a produção ficou parada até este ano, quando o diretor do festival de Veneza, Marco Müller, me pediu o filme. Ele gostou e escalou para a abertura. É uma bela homenagem ao Manoel de Oliveira."

Americanos
Apesar de "Queime Depois de Ler" não estar em competição, a presença de Clooney e Pitt hoje à noite no Lido (ilha-sede do evento) dá o tom para um festival que abraça sem preconceitos a indústria de entretenimento de Hollywood.
Entre os cinco americanos em competição, destaca-se "Rachel Getting Married", de Jonathan Demme, com Anne Hathaway e Debra Winger.
O roteirista mexicano Guillermo Arriaga ("Amores Brutos") estréia na direção em "The Burning Plain", com Charlize Theron. Já Darren Aronofsky ("Réquiem para um Sonho") dirige Mickey Rourke em "The Wrestler".
Itália e Japão aparecem com três filmes cada um, além de ambos trazerem uma co-produção com o Brasil. O primeiro é "Birdwatchers" (observadores de pássaros), de Marco Bechis, filmado no ano passado em Mato Grosso do Sul e que aborda conflitos entre indígenas e fazendeiros. Será exibido segunda e terça que vem.
O outro é "Plastic City" (cidade de plástico), do chinês Yu Lik-wai. Filmado neste ano em São Paulo, conta uma história da mafiosos orientais e gangues na cidade brasileira. Está programado para sexta, sábado e domingo.
Dos três filmes japoneses em competição, dois são desenhos animados. O terceiro é "Achilles and the Tortoise", de Takeshi Kitano, já premiado em Veneza em 1997 por "Hana-Bi -°Fogos de Artifício".
Fora da disputa pelos leões, dois longas brasileiros serão exibidos no festival: "A Erva do Rato", de Julio Bressane e Rosa Dias, e "Encarnação do Demônio", de José Mojica Marins.
"A Erva do Rato" é o 25º longa de Bressane, que se inspirou em dois contos de Machado de Assis para escrever o roteiro. Estão no elenco Alessandra Negrini e Selton Mello. O filme será exibido segunda, terça e quinta da semana que vem.
"Encarnação do Demônio", que termina a saga do personagem Zé do Caixão, estreou no Brasil no início do mês passado e foi o grande vencedor do 1º Festival de Paulínia, levando sete prêmios. Em Veneza, "Encarnação" vai aterrorizar nesta sexta e no domingo.
A 65ª edição do festival de cinema de Veneza vai até 6 de setembro. O júri é presidido neste ano pelo cineasta alemão Wim Wenders, que esteve em São Paulo na semana passada e participou de uma sabatina promovida pela Folha.


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