São Paulo, sexta-feira, 27 de agosto de 2010

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Dylan se mete em qualquer biboca, conta ex-amigo

Historiador Eduardo Bueno acompanhou o cantor em duas de suas visitas a cidades brasileiras, em 1990 e 91

"Não faça perguntas" foi a única condição imposta pelo empresário para virar amigo do rockstar

DE SÃO PAULO

Entre 1990 e 1998, o jornalista e historiador Eduardo Bueno viveu o sonho dos fanáticos: foi admitido no pequeno círculo de amigos Bob Dylan. Uma única condição imposta pelo empresário: "Não faça perguntas a ele. Se quiser falar sobre um assunto, apenas fale, e se Bob quiser, ele conversará."
Tarefa inglória, especialmente para um gaúcho altamente prolífico como Bueno. Mas foram dias em que o jornalista pôde ver como o artista é de verdade.

ILHA GRANDE
"Logo que o conheci, em 1990 vimos um homem ser baleado na Barão de Itapetininga, em São Paulo. No Rio de Janeiro, ele tentou ir a pé para o show. Se tem uma coisa que o Dylan faz é andar pelas cidades. Não pergunta nada, sai andando. Não tem medo e vai entrando em qualquer bocada. Em geral tem um segurança, uns dez metros atrás", conta Bueno.
O historiador conta que acompanhou Dylan por São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Porto Alegre. "Ele foi ainda à serra gaúcha, ao parque das Agulhas Negras e à Ilha Grande -acompanhado de uma jornalista estrangeira muito gostosa que tinha acabado de conhecer."
Pelo que Bueno conhece de Dylan, é muito provável que o artista tenha vindo outras vezes ao Brasil e visitado todos os lugares mostrados nos quadros. "Mas nos anos em que o acompanhei, nunca vi ele desenhando nada, nem um bloco de rabiscos."
Em 1998, Bueno se posicionou a favor do empresário, que fora demitido por Dylan. Como castigo, foi expulso do círculo de amigos. (IVAN FINOTTI)


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