São Paulo, sexta-feira, 27 de agosto de 2010

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Dupla faz CD com hits das festas indies de São Paulo

Álbum traz 11 faixas com covers de bandas como Mombojó e Vanguart

"Hits do Underground", de Miranda Kassin e André Frateschi, reúne ainda Curumin, Ludov, Wado e Wander Wildner

ADRIANA FERREIRA SILVA
EDITORA DO GUIA FOLHA

Basta o vocalista Tatá Aeroplano cantarolar os primeiros versos da música "Dê" para o público botar os braços para cima e acompanhá-lo em "dê amor/ dê paixão / dê espera / dê espermaaaa".
Canções como essa, da banda Cérebro Eletrônico, que quase nunca tocam nas rádios, mas são famosas nos palcos "indies", inspiraram o casal Miranda Kassin e André Frateschi a gravar "Hits do Underground", disco que será lançado em setembro.
Miranda é conhecida pelas performances como Amy Winehouse no espetáculo "I Love Amy". Já Frateschi é o David Bowie da banda Heroes.
Ambos fazem shows semanais, sempre lotados, no clube Studio SP, onde lançaram os projetos. Estão em cartaz há dois anos e meio e cinco anos, respectivamente. São, eles próprios, dois ícones do underground.
A ideia da coletânea surgiu no Studio SP, sugestão do empresário Alexandre Youssef e do produtor Plinio Profeta -o responsável pelo álbum. O repertório deveria ser de artistas dos anos 2000, de diversos Estados. A exceção é Os Mulheres Negras, banda que, para Frateschi, é precursora desse submundo.
"É o retrato de uma cena movimentada, que não chega ao grande público", diz Frateschi. "Um almanaque dessa geração, a primeira que teve de arregaçar as mangas para fazer seus próprios discos, sem depender das gravadoras."
Foram muitas horas de audição para chegar às 11 faixas, de artistas como Curumin, Wado, Rubinho Jacobina e Wander Wildner, além das bandas Mombojó, Odegrau, Vanguart e Ludov.
"São grandes poetas, como o Peri Pane [Odegrau] ou o Wado, que estão inventando um novo jeito de fazer música, mas ainda não têm os holofotes merecidos", afirma Frateschi.

FORMATO POP
"Hits do Underground" pode ser a luz que faltava para desvendar esse pessoal, já que, com os covers, Miranda e André atraem um público bastante amplo. O formato pop dado às canções também ajuda, com referências de Amy Winehouse, David Bowie, Iggy Pop, Jackson 5 e Mr. Coconut, entre outros.
"A música "Magrela Fever", do Curumin, é um funk com o freio solto; na nossa versão, se tornou um passeio de bicicleta ao cair da tarde", descreve Frateschi.
Entre os desafios de gravar o CD, conta Miranda, estava o de fazer uma interpretação mais contida e em português.
"Tive de buscar uma delicadeza característica do português, muito diferente do inglês, que permite uma entonação mais exagerada", afirma ela. "Não dá para inventar nada com a voz porque fica cafona."
Se soltar mesmo só no palco, em 18 de setembro, no Comitê (r. Augusta, 609), em show de lançamento com a participação de vários músicos presentes no "Hits do Underground" -que deve ter volume dois muito em breve.


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