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Dupla faz CD com hits das festas indies de São Paulo
Álbum traz 11 faixas com covers de bandas como Mombojó e Vanguart
"Hits do Underground", de Miranda Kassin e André Frateschi, reúne ainda Curumin, Ludov, Wado e Wander Wildner
ADRIANA FERREIRA SILVA
EDITORA DO GUIA FOLHA
Basta o vocalista Tatá Aeroplano cantarolar os primeiros versos da música "Dê"
para o público botar os braços para cima e acompanhá-lo em "dê amor/ dê paixão /
dê espera / dê espermaaaa".
Canções como essa, da
banda Cérebro Eletrônico,
que quase nunca tocam nas
rádios, mas são famosas nos
palcos "indies", inspiraram o
casal Miranda Kassin e André Frateschi a gravar "Hits
do Underground", disco que
será lançado em setembro.
Miranda é conhecida pelas
performances como Amy Winehouse no espetáculo "I Love Amy". Já Frateschi é o David Bowie da banda Heroes.
Ambos fazem shows semanais, sempre lotados, no
clube Studio SP, onde lançaram os projetos. Estão em
cartaz há dois anos e meio e
cinco anos, respectivamente.
São, eles próprios, dois ícones do underground.
A ideia da coletânea surgiu no Studio SP, sugestão do
empresário Alexandre Youssef e do produtor Plinio Profeta -o responsável pelo álbum. O repertório deveria ser
de artistas dos anos 2000, de
diversos Estados. A exceção é
Os Mulheres Negras, banda
que, para Frateschi, é precursora desse submundo.
"É o retrato de uma cena
movimentada, que não chega ao grande público", diz
Frateschi. "Um almanaque
dessa geração, a primeira
que teve de arregaçar as
mangas para fazer seus próprios discos, sem depender
das gravadoras."
Foram muitas horas de audição para chegar às 11 faixas, de artistas como Curumin, Wado, Rubinho Jacobina e Wander Wildner, além
das bandas Mombojó, Odegrau, Vanguart e Ludov.
"São grandes poetas, como o Peri Pane [Odegrau] ou
o Wado, que estão inventando um novo jeito de fazer música, mas ainda não têm os
holofotes merecidos", afirma
Frateschi.
FORMATO POP
"Hits do Underground"
pode ser a luz que faltava para desvendar esse pessoal, já
que, com os covers, Miranda
e André atraem um público
bastante amplo. O formato
pop dado às canções também ajuda, com referências
de Amy Winehouse, David
Bowie, Iggy Pop, Jackson 5 e
Mr. Coconut, entre outros.
"A música "Magrela Fever",
do Curumin, é um funk com o
freio solto; na nossa versão,
se tornou um passeio de bicicleta ao cair da tarde", descreve Frateschi.
Entre os desafios de gravar
o CD, conta Miranda, estava
o de fazer uma interpretação
mais contida e em português.
"Tive de buscar uma delicadeza característica do português, muito diferente do
inglês, que permite uma entonação mais exagerada",
afirma ela. "Não dá para inventar nada com a voz porque fica cafona."
Se soltar mesmo só no palco, em 18 de setembro, no Comitê (r. Augusta, 609), em
show de lançamento com a
participação de vários músicos presentes no "Hits do Underground" -que deve ter
volume dois muito em breve.
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