São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 2002

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POPLOAD

Pearl Jam novo, Foo Fighters novo e o novo Interpol

LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

A máxima no rock atual ensina que, se uma banda não está sendo pirateada na internet, é porque ela não está acontecendo, ninguém está interessado e, paradoxalmente, o CD não vai vender.
Bastante interessada em três dos muitos discos que correm em disparada na rede há alguns dias, a "Popload" apresenta as primeiras impressões dos novos das "velhas" Pearl Jam e Foo Fighters, ainda não lançados, e referenda o "buzz" em torno do disco da jovem banda Interpol, de Nova York, este nas lojas (de fora) desde o mês passado (deve sair por aqui em novembro).
Em uma primeira impressão, "The Riot Act", sétimo trabalho do Pearl Jam com 16 músicas que será lançado em 12 de novembro, é melhor que o último CD de inéditas da banda, "Binaural" (2000).
Tudo está em seu lugar. Canções caprichadas, melodias bonitas. E Eddie Vedder, uma versão Seattle de Bono Vox, continua expressando sua preocupação com os problemas da humanidade. O disco tem até uma dance music (!), "You Are". É dance à la grunge, cheia de reverberações, clima soturno. E Vedder não é propriamente Prince. Mas é dance.
"One by One", do Foo Fighters, quarto álbum de Dave Grohl, o cara mais simpático do rock, não vai além do pop explosivo que a banda empregou em "There Is Nothing Left to Lose" (99). Mas também não fica atrás. O disco abre com a bombástica "All My Life", que é levada por um acorde único e repetitivo de guitarra até o barulho infernal do refrão, um perigo para quem escutar o CD com fone de ouvido, fica o toque.
Nirvana, Queens of the Stone Age, Seattle-91, tudo processado com a voz camarada de Grohl. É o resultado das deliciosas "Low", "Have It All" e, principalmente, "Times like These". A descrição pára na quarta canção e o jogo já está ganho. "One by One" será lançado em 21 de outubro.
Da agitada região do Brooklin, que anda sediando as melhores festas roqueiras de NY, sai o Interpol. "Turn on the Bright Lights" é o álbum de estréia do grupo de carinhas bonitas que, se o destino tivesse sido cruel, poderiam estar estrelando uma boy band.
Mas em vez disso vestem terno preto e saem por aí fazendo o clima e a sonoridade de Smiths e Joy Division soarem ultramodernos novamente, para o bem de quem ouve as maravilhosas "Obstacle 1", "PDA" e "Say Hello to the Angels". Quem enxerga nas luzes brilhantes que Coldplay parece Radiohead, Strokes é cópia de Velvet Underground e White Stripes força no Jon Spencer, vai se deliciar em falar mal desse excelente quarteto nova-iorquino.
lucio@uol.com.br

ROTEIRO INDIE

Bons motivos para sair de quinta a domingo, em SP * "Tracks" - As quintas contam com esta noite no amplo Roxy (r. Maria Carolina, 648). A casa tem som ótimo e bar espaçoso, excelente para conversar sobre como o Suede ficou chatinho. * "Revolution" - É a festa de sexta no novíssimo FunHouse, clube com o melhor astral da cidade. O FunHouse fica na r. Bela Cintra, 567. * "Plastic Fantastic" - É a nova roupagem do ex-Rabo de Saia (r. Mourato Coelho, 575), todo reformulado. Divide os sábados com o "veterano" "Sound", do DJ Club (al. Franca, 241). * "Grind" - No domingo, a matinê da A Lôca (r. Frei Caneca, 916) ferve com músicas de Erasure a Strokes.


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