São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 2002

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RUÍDO

Segunda caixa de Nara, "Leão" sai em novembro

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

Sobrinha de Nara Leão, a artista Pinky Wainer definiu o projeto gráfico da caixa com a segunda metade da obra completa da cantora, que sai em novembro. Será mantido o formato concretista da caixa 1, com as letras N, A, R e A que compunham quatro lados do cubo agora substituídas por L, E, Ã e O.
A Universal, que não pretendia lançar em caixa os 13 títulos ainda fora de catálogo, mudou de idéia devido ao sucesso da primeira (com 14 CDs e preço de cerca de R$ 200), com 4.000 cópias já entregues às lojas.
A nova etapa do projeto parte da versão discográfica da peça teatral "Liberdade, Liberdade" (de 66, esquecida na caixa 1), continua desprezando a trilha do filme "Quando o Carnaval Chegar" (72) e chega ao póstumo "My Foolish Heart" (89).
O disco de canções de Roberto e Erasmo "E que Tudo Mais Vá pro Inferno" (78), que já havia saído em CD, continua com o título adulterado para "Debaixo dos Caracóis de Seus Cabelos", supostamente por implicâncias de Roberto Carlos. Um CD-bônus trará 12 faixas avulsas raríssimas, como o hino socialista "Grandola, Vila Morena" (74) e "Tem Gato na Tuba" (82).

O INDEPENDENTE

Está de volta, pela gravadora Kuarup, o extraordinário "Feito em Casa" (77), tido como o primeiro disco independente do Brasil. Não é bem assim (porque antes já existiam iniciativas como os dois volumes do "Tim Maia Racional"), mas o LP do pianista e arranjador Antonio Adolfo fincou pé na história desbravando um modelo artesanal de produção, hoje consolidado. Instrumental (mas contando com canções como a espantosa "Aonde Você Vai"), é uma aula de suingue de um artista hoje meio abandonado, mas que tem no currículo feitos como participar da invenção do samba-jazz (com o Trio 3D), da pilantragem de Simonal, da black music brasileira ("BR3"), das versões anos 70 de Erasmo Carlos e Nara Leão e do advento de Angela Ro Ro.

ODEON DESPERTA

Entre os 45 títulos prometidos pela EMI no projeto de resgate do acervo da extinta Odeon, há álbuns dos anos 60 e 70 de samba, bossa, samba-jazz e samba-soul, de artistas como Doris Monteiro, Marcos Valle, João Donato, Elza Soares, Toni Tornado, Luiz Bonfá, Maria Bethânia, Tito Madi, Quarteto Novo, Bola Sete, Conjunto 3D, Eumir Deodato, Walter Wanderley, Wilson das Neves, Moreira da Silva, Orlandivo, Noriel Vilela, Nonato Buzar, Germano Mathias, Quarteto Sambacana, Dori Caymmi, Lô Borges, Leny Andrade e Norma Bengell. Histórico, "Fala Mangueira!", com Cartola, Clementina, Nelson Cavaquinho, Carlos Cachaça e Odete Amaral, está no cardápio.

psanches@folhasp.com.br


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