São Paulo, terça-feira, 27 de setembro de 2005 |
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Diretora do Ballet de Santiago, Marcia Haydée comenta sua versão de "Carmem" Profundo Carmim
INÊS BOGÉA ENVIADA ESPECIAL A MONTEVIDÉU No dia 29, estréia em São Paulo "Carmem", coreografia da brasileira Marcia Haydée para o Ballet de Santiago. O espetáculo tem por base a clássica história do escritor francês Prosper Merimée (1803-70), mais conhecida pela ópera de seu contemporâneo Bizet. Haydée assumiu a companhia pela segunda vez em março de 2004. Antes disso, já havia sido diretora de 1993 a 1996, ao mesmo tempo em que dirigia o Ballet de Stuttgart, um mês em cada lugar. "Foi depois disso que parei tudo. Fiquei três anos afastada do teatro e depois fui voltando", diz ela em entrevista à Folha, em Montevidéu, onde o Ballet se apresentou na terça-feira. A companhia, que faz seis produções anuais, foi fundada em 1953 e conta hoje com 60 bailarinos. A direção de Haydée é vista com entusiasmo pelos bailarinos, tanto por sua capacidade técnica quanto pela experiência como intérprete de grandes nomes da dança no século 20, como Kenneth MacMillan, Maurice Béjart e John Neumeier. Seus parceiros no palco foram nada menos do que Rudolf Nureyev e Mikhail Baryshnikov, entre outros. Haydée começou a dançar aos três anos, em Niterói. Depois de integrar o Ballet Marquez de Cuevas, em 1961, entrou para o Ballet de Stuttgart (Alemanha), dirigido por John Cranko, sua grande referência até hoje e de quem foi musa numa longa seqüência de criações. Haydée esteve no Brasil pela última vez em 2003, com a Companhia M, de Béjart, em "Madre Teresa e as Crianças do Mundo", e ao lado de Ismael Ivo em "Tristão e Isolda". Aos 68 anos, ela continua ativíssima na dança. Folha - Por que "Carmem"? Marcia Haydée - Em 92, a Luz Lorca, que era subdiretora da companhia, havia me convidado para fazer uma nova "Carmem". Eu disse não, porque é uma coreografia que só gostaria de fazer com a música de Bizet. Mesmo quando Cranko fez para mim uma "Carmem", sem Bizet não funcionou. Era preciso alguém que fizesse a versão instrumental, sem as vozes da ópera. Assim que tive isso nas mãos resolvi fazer. "Carmem" estreou em outubro de 2004, com orquestração de Albena Dobreva. Folha - Qual é o acento principal
da peça? Folha - E como usou a música? Folha - Pergunta bem geral, mas
necessária: qual o papel da dança
clássica hoje no mundo? Folha E o que você busca para o
Ballet de Santiago? Folha - Você continua dançando? |
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