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Museu da História de São Paulo terá modelo interativo
Orçado em R$ 52 milhões, espaço deve abrir ao público em 2011 com curadoria do jornalista Roberto Pompeu de Toledo
"Tudo será feito para ser bastante abrangente e de fácil compreensão", diz secretário de Cultura do Estado de São Paulo
GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O Museu da História de
São Paulo, que o governo do
Estado pretende abrir até setembro de 2011 na região do
parque Dom Pedro, vai seguir o modelo interativo do
Museu do Futebol e do Museu da Língua Portuguesa.
As diretrizes foram passadas ao jornalista e escritor
Roberto Pompeu de Toledo,
responsável pela concepção
curatorial do projeto. O museu ocupará a Casa das Retortas, prédio histórico onde
funcionou uma das primeiras produtoras de gás da cidade. As obras já estão em
execução.
O orçamento de todo o
conjunto vai ficar em R$ 52
milhões. Inclui a restauração
do prédio, assinada por Paulo Bastos (o mesmo que fez a
obra de restauro da Catedral
da Sé), a construção de outros dois edifícios projetados
por Pedro Mendes da Rocha,
além da pesquisa e da instalação museográfica.
O valor supera o da construção do Museu da Língua
Portuguesa, que consumiu
R$ 37 milhões. E também do
Museu do Futebol, que ficou
em R$ 32 milhões.
O investimento, segundo
Andrea Matarazzo, secretário de Cultura do Estado, foi
pensado para suprir uma lacuna. "Ainda não temos um
lugar que conte a história de
São Paulo, sob todos os seus
aspectos, econômico, demográfico e político."
Didatismo é um dos pontos-chave, diz o secretário.
"Tudo será feito para ser bastante abrangente e de fácil
compreensão. Queremos
atingir o maior número de
pessoas possível", diz.
Roberto Pompeu de Toledo diz que essa é a primeira
vez que se dedica a uma curadoria do gênero. Seu nome
foi pensado principalmente
por conta da publicação de
"A Capital da Solidão" (ed.
Objetiva, 2003, 560 págs.).
IMIGRANTES
O livro é rico em detalhes
sobre a história de São Paulo.
Atravessa períodos anteriores ao da fundação da cidade
até 1900, quando os imigrantes passam a chegar em grande número.
O museu, no entanto, não
se restringe a assuntos relativos à capital. O ponto de partida é um momento anterior
ao da chegada dos portugueses. E o trajeto cronológico
tem seu ponto final em meados dos anos 80, época em
que o país assistiu à abertura
do processo democrático
com as Diretas Já.
Toledo prefere não citar
especificidades, por considerar o projeto ainda suscetível
a mudanças. Mas adianta
que maquetes, ambientações
cenográficas, recursos digitais e animações norteiam a
concepção museológica.
O Museu da Civilização do
Canadá e o Museu d'História
de Catalunya (Espanha) também serviram de modelo.
São exemplos de projetos
apoiados em recursos interativos, que, neste caso, também suprem a falta de material histórico. "Até o século
19, é pobre o material iconográfico relativo ao Estado de
São Paulo", explica Toledo.
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