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Bailarinos israelenses
flutuam no Sul do país
DANIELA ROCHA
enviada especial a Porto Alegre (RS)
Um homem louro de estatura
baixa, calmo, mas extremamente
metódico foi a sensação do 4º Porto Alegre em Cena, festival de artes
cênicas que começou na última segunda-feira e que conta com apresentação de 15 grupos estrangeiros, sete nacionais e dez locais.
O "pequeno homem" chama-se
Rami Be'er. Ele tem 39 anos, é o
fundador da Kibbutz Contemporary Dance Company e seu diretor
artístico desde 1970. No festival, o
grupo apresentou "Aide Memoire", um espetáculo que faz referência ao holocausto por um exercício de associação a partir de imagens e sons.
Be'er é coreógrafo, cenógrafo e
figurinista, além de fazer a trilha
sonora de "Aide Memoire", que
em hebraico tem duplo sentido:
refere-se à recordação de algo passado e, ao mesmo tempo, ao que
acontece no presente.
"Não descrevo o holocausto,
mas mexo com referências que estão no inconsciente coletivo das
pessoas. O espetáculo se relaciona
com o aqui e agora, com o nosso
tempo", disse Be'er.
Seu espetáculo impressiona pela
unidade entre movimento, temática, luz e som. "Sou influenciado
por artes visuais, pintura, escultura, arquitetura e até artes gráficas
para desenvolver o conceito dos
espetáculos que faço."
Em "Aide Memoire", 18 bailarinos entram e saem do palco durante esquetes que integram os 75
minutos da apresentação. "Dança
para mim é diretamente conectada
à vida, por isso não escolho o estereótipo do bailarino para integrar
a companhia."
Os próximos espetáculos do Kibbutz serão na Argentina. "Pretendo voltar ao Brasil para mostrar
meu trabalho", disse.
A jornalista DANIELA ROCHA viaja a Porto Alegre a convite da organização do festival.
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