DA REPORTAGEM LOCAL

A consequência cultural da Internet foi um dos principais pontos do debate "Bastidores da Nova Tecnologia", promovido pela Folha e pelo Instituto Plural.
Participaram do evento, que ocorreu dia 18, Sérgio Bairon, professor do programa de Comunicação e Semiótica da PUC-SP e do programa de Educação, Arte e História da Cultura da Universidade Mackenzie, Roseli Fischmann, professora de pós-graduação em Educação na USP, Arte e História da Cultura da Universidade Mackenzie, Lúcia Santaella, professora titular e coordenadora do programa de doutorado em Comunicação e Semiótica da PUC-SP, Gilberto Dupas, coordenador da áreas de assuntos internacionais do Instituto de Estudos Avançados da USP, e o artista plástico Antonio Peticov. O debate foi mediado por Rodrigo Uchôa, jornalista da Folha.
Bairon apresentou um trabalho em vídeo, chamado "Hipermídia, Psicanálise e História da Cultura", que mostra o encontro de conteúdos dessas três áreas. Dupas falou da relação do homem com o avanço da tecnologia, alertando para o perigo da sedução da nova mídia. Ressaltou que a rede é fragmentada e a importância da forma muitas vezes supera a preocupação com conteúdo.
A linguagem da Internet foi o ponto tocado por Santaella. Para ela, "a revolução tecnológica que estamos atravessando é psíquica, cultural e socialmente muito mais profunda que a invenção do alfabeto, do que foi também a revolução provocada pela invenção de Guttemberg. É ainda mais profunda do que foi a explosão da cultura de massa". "Para ter uma idéia da consequência dessa revolução tecnológica", pontuou, "basta lembrar que a nova ordem econômica, social e cultural mundial não seria possível sem ela."
Santaella afirmou que o hipertexto trouxe de volta a relevância da linguagem escrita, relegada a segundo plano "com o espetáculo do cinema, da televisão".
Fischmann refletiu sobre o problema de grande parte da população não ter acesso a essa tecnologia e a necessidade da democratização desse meio. Peticov falou da influência da nova tecnologia na arte. Ele abordou a questão da dependência que trabalhos atuais têm do uso de máquinas.


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