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ARTES PLÁSTICAS
Arte barroca e fotografia contemporânea com temática religiosa ganham mostras no Ashmolean
Acadêmica Oxford rende-se à fé brasileira
FABIO CYPRIANO
ENVIADO ESPECIAL A OXFORD
Uma das cidades com maior
tradição acadêmica da Inglaterra,
Oxford inaugurou na última
quarta duas mostras sobre temática religiosa brasileira. Cerca de
50 peças do barroco e mais 35
imagens de cinco fotógrafos contemporâneos tendo por tema a fé
estão expostas no Ashmolean
Museum, um dos mais antigos,
senão o primeiro do mundo.
"Não queremos nos vangloriar,
mas certamente esse é o primeiro
museu com formato moderno,
fundado em 1683, com o objetivo
de educar um público e criar um
acervo abrangente", disse à Folha
Catherine Whistler, curadora da
mostra no Ashmolean.
Whistler veio ao Brasil no ano
passado, para visitar a Mostra do
Redescobrimento e dela partiu a
idéia das duas exposições. "O barroco brasileiro é único e desconhecido na Inglaterra, um dos
únicos casos onde o patronato
veio também de escravos, e não
apenas de famílias ricas", disse a
curadora. Ela refere-se às irmandades religiosas que comissionavam obras com imagens de santos
negros, várias delas na mostra.
Também fez a curadoria da mostra, denominada "Opulência e
Devoção", a diretora do Museu de
Arte Sacra paulista, Mari Marino.
As imagens barrocas ocupam
duas salas do museu inglês, em pisos diferentes. Uma delas é dedicada apenas a obras em prata e relicários. "É a nossa sala dos tesouros", disse Whistler.
Além do barroco, cinco fotógrafos brasileiros apresentam imagens com temática religiosa na
mostra "Atos de Fé". "São ensaios
que vão além de uma visão antropológica, busquei traçar também
um panorama contemporâneo da
produção nacional", disse Anna
Carboncini, curadora da exposição e também responsável pela
coleção Pirelli-Masp.
O único fotógrafo a participar
da abertura foi Christian Cravo,
que comemorava a bolsa que recebeu da Fundação Guggenheim
e prepara imagens da Índia e do
Haiti, também com temática religiosa. "A série que apresento em
Oxford é fruto de dois anos de trabalho no sertão nordestino, entre
1998 e 2000", disse Cravo.
Participam ainda da mostra,
que também teve curadoria de
Elizabeth Edward, do Pitt Rivers
Museum, da Universidade de Oxford, os fotógrafos Adenor Gondim, Antonio Saggese, José Bassiti
e Tiago Santana.
Da mesma forma que nos Estados Unidos, a Inglaterra recebe
diversas mostras de arte brasileira, todas patrocinadas pela associação BrasilConnects. Até o último dia 21, o Museu de Arte Moderna de Oxford apresentou "Experiment Experiência", com
obras de 18 artistas brasileiros,
desde os neoconcretos Hélio Oiticica e Lygia Clark até os contemporâneos Ernesto Neto e Jac Leirner. A mostra recebeu várias críticas positivas nos jornais ingleses.
Já o Fitzwillian Museum de
Cambridge, apresenta a mostra
"Heroes and Artists", sobre arte
popular e cangaço. Finalmente, o
Kew Gardens, de Londres, apresenta as aquarelas da inglesa Margareth Mee sobre a flora brasileira. Haja mostra para inglês ver.
O jornalista Fabio Cypriano viajou a
convite da associação BrasilConnects
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