São Paulo, quarta-feira, 27 de outubro de 2004

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ILUSTRADA

Modelo fala sobre estréia no cinema norte-americano e nega que namoro com Leonardo di Caprio seja "negócio"

Dez minutos no táxi de Gisele Bündchen é pouco

PAULO SAMPAIO
DA REVISTA DA FOLHA

Dá até assunto para debate em faculdade de jornalismo: dez minutos são suficientes para uma entrevista? Bom, tratando-se da estréia de Gisele Bündchen no cinema, no filme "Taxi", que está previsto para entrar em circuito no dia 5, dez minutos parecem uma eternidade.
Esse foi o tempo estipulado pela distribuidora Fox e pela assessoria de Gisele para cada veículo que conversou com a modelo, agora atriz, sobre o filme -um remake americano da versão francesa da "comédia de ação" produzida em 1998 por Luc Besson. Avisaram que a estrela não responderia a perguntas pessoais.
A Folha estava escalada para o horário de 15h25, e era a segunda da fila, de acordo com a assessoria. Só que Gisele não foi assim tão americana quanto se esperava. A primeira entrevista ocorreu depois das 16. A da Folha, às 16h35.
A éntourage da modelo acompanhava tudo: a empresária da modelo, o presidente da Fox, seu assistente. Outras assessoras presentes na ante-sala diziam: "Ela é uma fofa!" "Uma meninona!" "É que a gente não consegue ter uma visão real dela, né? Tão deusa..."
O que foi mais difícil, a estréia na passarela, ou no cinema? "No cinema, mil vezes. Mas eu adoro desafios, não vivo sem eles..." O que você sabia sobre o roteiro? "Não me disseram nada, me entregaram o negócio (o texto) e resolvi aceitar, primeiro, porque faço o papel de uma brasileira, não teria problema com o sotaque, segundo, porque em dez dias filmamos tudo, não poderia abandonar meus outros compromissos..." Por que não começou com um filme brasileiro? Teve convite? "Tive, mas respeito muito o Brasil, eu sou a pessoa que mais fala bem do meu país lá fora. Quero fazer um filme brasileiro quando estiver preparada..." Engraçado, os brasileiros que tentam Hollywood fazem o caminho inverso, estréiam aqui primeiro... "Por enquanto, não tenho tempo para me dedicar a um filme no Brasil. Em dois anos, quando pretendo deixar a carreira de modelo, aí eu vou ter muita honra de filmar lá..."
Gisele fala muito. Quando se pergunta se ela não considerou uma responsabilidade grande estrear no cinema, a resposta é:
"Se eu fosse me preocupar com a opinião dos outros, não faria nada. Acho que cada um sabe o que é melhor para sua vida, eu faço da minha o que eu quero. Além do mais, o texto do filme não é nada de Shakespeare; cheguei de Ibiza no dia das filmagens, não tinha nem idéia do que iria falar..."
Ganhou o equivalente a quantas entradas na passarela...? "Algumas. Eles foram generosos comigo, mas não falo de dinheiro..."
Por que dizem que o seu namoro com Leonardo di Caprio é mais um negócio? Exaltada, um pouco avermelhada, ela é ainda mais prolixa. "Acho ridículo, coisa de gente pobre de espírito... quer dizer que se amo alguém não posso namorar porque é famoso?"


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