São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 2005

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BOM E BARATO / ATÉ R$ 30 POR PESSOA

No Bahia, o sertão fica mais perto

CRÍTICO DA FOLHA

O começo foi muito simples: em 1992, o baiano Raimundo Souza Soares, ex-vaqueiro, ex-açougueiro, estava simplesmente desempregado em São Paulo. Na falta de alternativas, começou a vender prato-feito -ele sabia cozinhar uma boa galinhada ensinada pela mãe. E assim começou. Daí para adiante, foram os amigos pedindo mais pratos nordestinos, e seu quintal tornou-se um restaurante muito simples, mas de boa fama. Apesar daquela irritante toalha de plástico nas mesas que teima em agarrar nos cotovelos.
Hoje, o Bahia (como é conhecido Raimundo, de 61 anos) continua mostrando que em seu Estado não se comem somente pratos do mar. Há todo um sertão a ser servido, coisa que ele faz. Buchada de bode (de cabrito, que seja). Galinha de cabidela, com o devido sangue. Galinha comum, só nos temperos. Carne-de-sol com jerimum não falta jamais. Nem baião-de-dois, feijão tropeiro, carneiro (cordeiro, que seja) ensopado, maxixe, quiabo. E mesmo estando a poucos metros da marginal do Tietê, é como se estivéssemos comendo na casa de um parente na roça, já que a casa do Bahia fica numa vila simplória e tranqüila.
E não há susto na hora de pagar. Para se fartar há o rodízio: por R$ 17 o Bahia vem trazendo um prato atrás do outro, até (literalmente) dizer chega. O bufê é mais barato: R$ 7 por pessoa, mas menos pratos à disposição. Se não há necessidade de variedade, peça-se um prato só, mas será preciso uns três cabras para comer (e o preço, R$ 40, não será caro). Tudo isso ali ao lado do estádio da Portuguesa de Desportos. Quem diria que o sertão da Bahia pudesse ser tão perto. (JM)


GALINHADA DO BAHIA
Endereço: r. Azurita, 46, Canindé, tel. 0/xx/11/3315- 8614
Funcionamento: de seg. a sex., das 11h30 às 16h; sáb. e dom, das 11h30 às 18h
Preços:
pratos: R$ 7 (bufê), R$ 17 (rodízio) e R$ 40 (à la carte, para três pessoas); sobremesas, R$ 3

Cartões: todos
Estacionamento com manobrista: grátis


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