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Mix democrático
Com atrações que vão do jazz ao tecno, passando pela psicodelia e Caetano Veloso, começa hoje no Rio e em SP o Tim Festival
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
De Daft Punk a Herbie Hancock, de Patti Smith a TV on the
Radio, de Bonde do Rolê a
Beastie Boys, com Céu e Devendra Banhart no meio. O Tim
Festival está aí, nesta que é uma
de suas edições mais abrangentes artisticamente -mas, também, uma das que menos geraram correria do público à procura de ingressos.
Como no ano passado, a principal estrutura do festival será
montada no Rio de Janeiro.
Transferido de área do Museu
de Arte Moderna para a Marina
da Glória, o evento inicia hoje
para os cariocas com a dupla
francesa de eletrônica Daft
Punk como principal atração
da noite, no palco Tim Stage
(capacidade: 4.000 pessoas).
O Tim Festival voltado para o
jazz tem vida quase própria.
Músicos como Ahmad Jamal,
Maria Schneider e Charlie Haden revezam-se, no fim de semana, entre o Rio e o auditório
Ibirapuera, em São Paulo.
Ainda hoje, no Rio, o americano hippie-folk-fã-do-Caetano Devendra Banhart se apresenta no palco Lab (2.000 pessoas), ao lado de Céu e da dupla
Amadou & Mariam, do Mali.
Até ontem, apenas três palcos da edição carioca do evento
-dos 12 no total- estavam
com ingressos esgotados. Em
comunidades pela internet,
muita gente reclama do formato do festival, que obriga o público a pagar ingressos para cada palco, o que acabaria encarecendo o valor total.
"Este formato existe há 12
anos, e com enorme sucesso",
diz Monique Gardenberg, da
produtora Dueto, responsável
pelo Tim Festival. "Mas, de todo modo, nossa expectativa é
lotar tudo, com exceção, provavelmente, de uma noite em algum dos palcos, como sempre
ocorre. Nossa lotação histórica
é de 92%, e isso vai se manter."
O anúncio anteontem do
show de Caetano Veloso no palco Lab, no domingo, seria um
sintoma da falta de interesse do
público. A transferência do local da parte pop do evento em
São Paulo (que ocorre no domingo), do Anhembi (capacidade: 17 mil pessoas) para o Tom
Brasil (4.000), devido à pouca
venda de ingressos, pegou os
organizadores de surpresa.
"Se a procura fosse muito
grande, havíamos combinado
com os artistas um show extra
na segunda. Mas não parece ser
o caso. Isso nos surpreendeu
pois a procura por Daft Punk,
Thievery Corporation e YYY
no Rio representa um total de
9.000 ingressos vendidos, com
ingressos individuais para cada
uma dessas três atrações e custando o dobro do preço de São
Paulo", afirma Gardenberg.
Estrutura
Até 2005, o Tim Festival revezava seu núcleo estrutural
entre São Paulo e Rio. A idéia de
manter a parte principal no Rio
foi uma opção do patrocinador.
"Como os principais nomes do
Tim Festival continuam apresentando-se em São Paulo,
acreditamos que a cidade permanece usufruindo das principais características do festival
-a inovação e a diversidade
musical", diz a empresa por
meio da assessoria.
Além de Rio de Janeiro e São
Paulo, o Tim acontecerá também em Vitória (de hoje a domingo), Curitiba (na próxima
terça-feira).
No Rio, a transferência do
evento do MAM para a Marina
da Glória fez com que a produção optasse por levar as atrações eletrônicas, que até o ano
passado tocavam no palco principal, chamado Motomix, para
o Village, área de convivência.
"A inexistência de prédios
que ajudassem a isolar [o som
de] um palco do outro nos obrigou a levar o Tim Stage para
mais tarde. Isso nos obrigou a
deslocar o Motomix para o Village, onde sua programação
não depende do encerramento
dos shows do palco principal",
diz Gardenberg.
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