São Paulo, sexta-feira, 27 de outubro de 2006

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Mix democrático

Com atrações que vão do jazz ao tecno, passando pela psicodelia e Caetano Veloso, começa hoje no Rio e em SP o Tim Festival

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

De Daft Punk a Herbie Hancock, de Patti Smith a TV on the Radio, de Bonde do Rolê a Beastie Boys, com Céu e Devendra Banhart no meio. O Tim Festival está aí, nesta que é uma de suas edições mais abrangentes artisticamente -mas, também, uma das que menos geraram correria do público à procura de ingressos.
Como no ano passado, a principal estrutura do festival será montada no Rio de Janeiro. Transferido de área do Museu de Arte Moderna para a Marina da Glória, o evento inicia hoje para os cariocas com a dupla francesa de eletrônica Daft Punk como principal atração da noite, no palco Tim Stage (capacidade: 4.000 pessoas).
O Tim Festival voltado para o jazz tem vida quase própria. Músicos como Ahmad Jamal, Maria Schneider e Charlie Haden revezam-se, no fim de semana, entre o Rio e o auditório Ibirapuera, em São Paulo.
Ainda hoje, no Rio, o americano hippie-folk-fã-do-Caetano Devendra Banhart se apresenta no palco Lab (2.000 pessoas), ao lado de Céu e da dupla Amadou & Mariam, do Mali.
Até ontem, apenas três palcos da edição carioca do evento -dos 12 no total- estavam com ingressos esgotados. Em comunidades pela internet, muita gente reclama do formato do festival, que obriga o público a pagar ingressos para cada palco, o que acabaria encarecendo o valor total.
"Este formato existe há 12 anos, e com enorme sucesso", diz Monique Gardenberg, da produtora Dueto, responsável pelo Tim Festival. "Mas, de todo modo, nossa expectativa é lotar tudo, com exceção, provavelmente, de uma noite em algum dos palcos, como sempre ocorre. Nossa lotação histórica é de 92%, e isso vai se manter."
O anúncio anteontem do show de Caetano Veloso no palco Lab, no domingo, seria um sintoma da falta de interesse do público. A transferência do local da parte pop do evento em São Paulo (que ocorre no domingo), do Anhembi (capacidade: 17 mil pessoas) para o Tom Brasil (4.000), devido à pouca venda de ingressos, pegou os organizadores de surpresa.
"Se a procura fosse muito grande, havíamos combinado com os artistas um show extra na segunda. Mas não parece ser o caso. Isso nos surpreendeu pois a procura por Daft Punk, Thievery Corporation e YYY no Rio representa um total de 9.000 ingressos vendidos, com ingressos individuais para cada uma dessas três atrações e custando o dobro do preço de São Paulo", afirma Gardenberg.

Estrutura
Até 2005, o Tim Festival revezava seu núcleo estrutural entre São Paulo e Rio. A idéia de manter a parte principal no Rio foi uma opção do patrocinador. "Como os principais nomes do Tim Festival continuam apresentando-se em São Paulo, acreditamos que a cidade permanece usufruindo das principais características do festival -a inovação e a diversidade musical", diz a empresa por meio da assessoria.
Além de Rio de Janeiro e São Paulo, o Tim acontecerá também em Vitória (de hoje a domingo), Curitiba (na próxima terça-feira).
No Rio, a transferência do evento do MAM para a Marina da Glória fez com que a produção optasse por levar as atrações eletrônicas, que até o ano passado tocavam no palco principal, chamado Motomix, para o Village, área de convivência.
"A inexistência de prédios que ajudassem a isolar [o som de] um palco do outro nos obrigou a levar o Tim Stage para mais tarde. Isso nos obrigou a deslocar o Motomix para o Village, onde sua programação não depende do encerramento dos shows do palco principal", diz Gardenberg.


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