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Poeta queimou seus inéditos
da Sucursal do Rio
Inéditos de Torquato Neto são
raridades. Além de ter uma produção pequena, o poeta piauiense
queimou a maior parte de seus escritos tempos antes de se matar,
conforme revelou o escritor Carlos
Calado no livro "Tropicália: A História de uma Revolução Musical"
(editora 34, de 1997).
O pouco que restou de sua obra
foi reunido em "Os Últimos Dias
de Paupéria", organizado em 73
por Ana Maria de Araújo Duarte e
pelo poeta Wally Salomão.
Nascido em Teresina em 9 de novembro de 1944, Torquato Pereira
de Araújo Neto teve uma carreira
musical curta, mas muito significativa.
São dele as letras de algumas das
canções mais conhecidas do tropicalismo, como "Geléia Geral",
"Marginália 2ª" (ambas com Gilberto Gil) e "Mamãe, Coragem",
com Caetano Veloso.
Torquato se matou um dia depois de completar 28 anos. Amigos
e parentes acreditam que, na madrugada do dia 10, ao voltar de
uma comemoração do aniversário, ele optou pela morte.
Com um lençol, o poeta vedou as
janelas do banheiro de seu apartamento, na Tijuca (zona norte do
Rio). Em seguida, abriu a torneira
de gás do aquecedor do chuveiro.
Seu corpo foi encontrado pela
manhã.
Alcoólatra, com problemas de
depressão, Torquato já não convivia com os amigos tropicalistas
nem com os parceiros de uma linha mais tradicionalista da música
brasileira, como Edu Lobo.
(ST)
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