São Paulo, sexta, 27 de novembro de 1998

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Poeta queimou seus inéditos

da Sucursal do Rio

Inéditos de Torquato Neto são raridades. Além de ter uma produção pequena, o poeta piauiense queimou a maior parte de seus escritos tempos antes de se matar, conforme revelou o escritor Carlos Calado no livro "Tropicália: A História de uma Revolução Musical" (editora 34, de 1997).
O pouco que restou de sua obra foi reunido em "Os Últimos Dias de Paupéria", organizado em 73 por Ana Maria de Araújo Duarte e pelo poeta Wally Salomão.
Nascido em Teresina em 9 de novembro de 1944, Torquato Pereira de Araújo Neto teve uma carreira musical curta, mas muito significativa.
São dele as letras de algumas das canções mais conhecidas do tropicalismo, como "Geléia Geral", "Marginália 2ª" (ambas com Gilberto Gil) e "Mamãe, Coragem", com Caetano Veloso.
Torquato se matou um dia depois de completar 28 anos. Amigos e parentes acreditam que, na madrugada do dia 10, ao voltar de uma comemoração do aniversário, ele optou pela morte.
Com um lençol, o poeta vedou as janelas do banheiro de seu apartamento, na Tijuca (zona norte do Rio). Em seguida, abriu a torneira de gás do aquecedor do chuveiro.
Seu corpo foi encontrado pela manhã.
Alcoólatra, com problemas de depressão, Torquato já não convivia com os amigos tropicalistas nem com os parceiros de uma linha mais tradicionalista da música brasileira, como Edu Lobo. (ST)



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