São Paulo, sexta, 27 de novembro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Liberação foi progressiva

da Sucursal do Rio

O primeiro beijo da TV brasileira aconteceu em "Sua Vida Me Pertence", novela exibida em 51. Era um toque de lábios entre os atores Vida Alves e Walter Forster.
Segundo Mauro Alencar, consultor de novelas da Rede Globo e mestre em novelas pela USP, por todos os anos 60, o beijo foi assim: um toque rápido de lábios como sinônimo de paixão.
Nos anos 70, os principais pares românticos da TV tiveram direito a alguns beijos mais demorados. Alencar lembra os grandes beijos românticos: Cristiano (Francisco Cuoco) e Simone (Regina Duarte) em "Selva de Pedra" (72) e, de novo, Regina, agora com Cláudio Marzo, em "Carinhoso" (73).
Para Alencar, o primeiro casal a mostrar beijos mais ardentes foi Sandra Bréa (Telma) e Jardel Filho (Juarez) em "O Bem-Amado" (73).
Em "Gabriela" (75), transgressão total: os beijos de Gabriela (Sonia Braga) e Nacib (Armando Bogus) até hoje estão, para Alencar, entre os mais sensuais da TV.
Nos 70, havia os beijos proibidos de Lili (Elisabeth Savalla) e Márcio (Tony Ramos) em "O Astro" (78).
Os anos 80 trouxeram uma liberação progressiva do beijo, até o beijo incestuoso de Jocasta (Vera Fischer) e Édipo (Felipe Camargo), em "Mandala" (87/88).
"Nos anos 90, a beijação chegou ao que vemos hoje, com cenas mais fortes", afirma Alencar. O coordenador da Oficina de Atores da Globo, Tônio Carvalho, diz que cenas de beijos não merecem preparação especial. "A intensidade do beijo depende da cena. O beijo é natural no cotidiano e deve ser tratado como tal na ficção." (FE)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.