|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GASTRONOMIA
Brunch pode ser uma opção tranquila depois da festa na noite do Réveillon
Ressaca da ceia
DA REDAÇÃO
Refeição tradicionalmente preparada aos domingos, o brunch
será destaque de vários restaurantes de São Paulo durante as festas
de Réveillon.
Popularmente chamado de "café da manhã reforçado", serve como opção para aqueles que, passado o Natal -e dias pós-Natal,
quando ainda se degustam os resquícios de perus, tenders e outros
pratos da época-, já não olham
com a mesmo entusiasmo para
uma mesa de ceia de fim de ano.
Além disso, o momento da refeição é visto como uma oportunidade de um encontro familiar
longe do clima de euforia e festa
que caracteriza a noite do dia 31.
"Muita gente dorme cedo [no
dia 31" e prefere festejar no dia seguinte. É um pessoal um pouco
mais velho. Quem vai num restaurante no dia 1º não é aquele
que fica festejando até muito tarde", disse o suíço Christophe Besse, 35, chef do All Seasons, no hotel Golden Tulip Paulista Plaza.
Apesar de contar com os tradicionais peru e tender, muita gente
passa longe desses pratos no
brunch.
"As pessoas comem saladas,
frios, peixes e as sobremesas. A
idéia é fazer um café da manhã reforçado, mas o pessoal vem mesmo é para almoçar. Os pães e
omeletes saem muito pouco",
afirma Besse.
Na mesma corrente, o francês
Christophe Chabró, 39, chef do
Antúrios, do hotel Transamérica,
disse que os pratos campeões são
os que levam frutos do mar, caviar, peixes e frios.
Já há sete anos preparando
brunch de Ano Novo no Antúrios, Chabró diz que os brasileiros
estão "criando um hábito". "É como Dia dos Pais ou Dia das Mães.
O restaurante fica cheio no dia 1º,
já temos clientes fiéis", afirma o
francês, nascido nos arredores de
Paris, mas "criado no sul da França". "Hoje, em São Paulo, praticamente todos os hotéis têm brunch
aos domingos", diz Besse.
Para Chabró, o do dia 1º é um
ambiente familiar, contrastando
com o clima de festa entre amigos
normalmente visto na noite de
Réveillon.
"As pessoas querem um lugar
agradável, confortável. É mais familiar. Parece que, na virada do
ano, passa-se com amigos, num
ambiente festeiro, e, no dia seguinte, prefere-se uma reunião
com a família, uma coisa mais
tranquila."
A opinião é compartilhada por
Marta Waldman, 56, sócia-proprietária da Casa do Padeiro.
"Nós temos um público diversificado, mas, no brunch de Ano Novo, vêm muitos casais com seus filhos."
Para Waldman, uma das razões
da procura pelo brunch é o bolso.
"O preço é acessível, muitas pessoas podem participar", diz
Waldman, que cobra R$ 23,90 por
conviva (leia no quadro abaixo).
Com funcionamento 24 horas, a
Casa do Padeiro vai começar a
servir seu brunch à meia-noite e
encerrará às 12h do dia 1º.
No hotel Maksoud Plaza, o
Brasserie Bela Vista fará brunch
especial de Réveillon, mas os
chefs André Servá e Léo Filho ainda não definiram seus pratos.
Já o Congonhas Grill, no aeroporto de Congonhas, terá em seu
cardápio endívias recheadas com
patê de fígado e geléia de romã e
filé de congrio com molho de limão.
Restos
O brunch vem seduzindo e pode
até estar se tornando um novo hábito, mas esse tipo de refeição é alvo de críticas de renomados chefs.
Para eles, a refeição é, simplesmente, uma forma de os restaurantes reaproveitarem alimentos
não consumidos no dia anterior.
"Não concordo com isso. Temos todo dia bufê e recebemos
produtos frescos. Os itens do
brunch são recebidos no sábado.
Acho muito pior o dia de segunda, por exemplo", afirma Besse.
"Esse tipo de crítica não é válida
no meu caso. O brunch é onde eu
invisto mais. Tenho muito orgulho dele", diz Chabró.
Texto Anterior: Mundo Gourmet: Bionda Bar e Bistrot explora três segmentos distintos Próximo Texto: Panorâmica - Réveillon 1: Peru com shimeji é destaque do Apollinari Índice
|