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A força da moda brasileira
ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA
Não tem espaço para ufanismo
na São Paulo Fashion Week que
começa hoje. Em seu sexto ano, o
evento principal do calendário de
lançamentos traz 25 desfiles nos
próximos cinco dias, no prédio da
Fundação Bienal, mostrando as
propostas para o outono-inverno
2002. Evita-se o oba-oba em relação à moda brasileira visto nas recentes temporadas anteriores.
O tom é sóbrio, não somente
pelas cores invernais (azuis, marrons, pretos e cinzas), mas porque
o momento pede seriedade. Em
2001, as marcas grandes passaram
por reestruturações, com demissões e fechamento de lojas. Os pequenos rebolaram o quanto puderam; tecelagens perderam pedidos. E se a moda brasileira não
sofreu -como na Europa e
EUA- os efeitos diretos do 11 de
setembro, seus respingos chegaram aqui.
Está no ar um inédito esforço
coletivo em todas as pontas da cadeia têxtil -do fio ao varejo. Como objetivos, fazer com que a
moda não saia da moda no Brasil
-citando a frase que tomou conta da mídia há dois anos; que se
supere com maturidade a fase inicial do Brasil como modismo global, garantindo menos hype e
mais business, mais negócios.
A empresária de moda Costanza Pascolato, da tecelagem Santaconstancia, acha que a moda brasileira se encontra em seu momento mais difícil: o da aprovação final: "Para entrar na faculdade temos que fazer vestibular. É
esse o momento da moda. Agora
vamos ver se a gente decola ou
não e, para conseguirmos ir para a
frente, o processo tem que ser forte como um todo."
Pela primeira vez, os estilistas
assumem suas dificuldades e se
unem. "Minha luta agora -e
acredito que a de outros também- é fazer com que a marca
sobreviva, e essa sobrevivência só
vai se dar com a união. Precisamos abrir a cabeça e juntar as forças", diz Alexandre Herchcovitch.
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