São Paulo, segunda-feira, 28 de janeiro de 2002

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A força da moda brasileira

ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA


Não tem espaço para ufanismo na São Paulo Fashion Week que começa hoje. Em seu sexto ano, o evento principal do calendário de lançamentos traz 25 desfiles nos próximos cinco dias, no prédio da Fundação Bienal, mostrando as propostas para o outono-inverno 2002. Evita-se o oba-oba em relação à moda brasileira visto nas recentes temporadas anteriores.
O tom é sóbrio, não somente pelas cores invernais (azuis, marrons, pretos e cinzas), mas porque o momento pede seriedade. Em 2001, as marcas grandes passaram por reestruturações, com demissões e fechamento de lojas. Os pequenos rebolaram o quanto puderam; tecelagens perderam pedidos. E se a moda brasileira não sofreu -como na Europa e EUA- os efeitos diretos do 11 de setembro, seus respingos chegaram aqui.
Está no ar um inédito esforço coletivo em todas as pontas da cadeia têxtil -do fio ao varejo. Como objetivos, fazer com que a moda não saia da moda no Brasil -citando a frase que tomou conta da mídia há dois anos; que se supere com maturidade a fase inicial do Brasil como modismo global, garantindo menos hype e mais business, mais negócios.
A empresária de moda Costanza Pascolato, da tecelagem Santaconstancia, acha que a moda brasileira se encontra em seu momento mais difícil: o da aprovação final: "Para entrar na faculdade temos que fazer vestibular. É esse o momento da moda. Agora vamos ver se a gente decola ou não e, para conseguirmos ir para a frente, o processo tem que ser forte como um todo."
Pela primeira vez, os estilistas assumem suas dificuldades e se unem. "Minha luta agora -e acredito que a de outros também- é fazer com que a marca sobreviva, e essa sobrevivência só vai se dar com a união. Precisamos abrir a cabeça e juntar as forças", diz Alexandre Herchcovitch.


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