São Paulo, sexta-feira, 28 de janeiro de 2005

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Minas vê ode à natureza de Sergio Rezende

TEREZA NOVAES
ENVIADA ESPECIAL A TIRADENTES (MG)

Em "O Cinema É Meu Jardim", Sergio Rezende faz uma ode à natureza e à relação dele com o cinema. Seu filme mais recente foi uma das atrações da noite de anteontem da 8ª Mostra de Cinema de Tiradentes, que começou na última sexta e vai até amanhã.
"Fiz como um caçador de borboletas. Demorei três anos, fui andando com uma câmera na mão, sem saber o que o filme seria. Não tinha roteiro nenhum", conta.
O resultado é uma produção despretensiosa, feita em vídeo e com narração do próprio Rezende, que mistura documentário com uma linguagem poética. O diretor começa com um trecho do Gênesis, passa por Monet e Burle Marx e vai à Holambra, onde as flores são o principal negócio.
Após "O Cinema É Meu Jardim", o próximo projeto de Sergio Rezende é um filme sobre a estilista Zuzu Angel (1921-76), cujas filmagens devem começar em junho. O roteiro é de Marcos Bernstein (de "O Outro Lado da Rua"). O elenco ainda não está confirmado -o diretor só revela a intenção de convidar Amy Irving para o papel da atriz e publicitária Joan Crawford, cliente de Zuzu. Kim Novak e Liza Minelli também faziam parte da clientela da estilista.
Depois da morte de seu filho, Stuart, em 1971, assassinado pelo regime militar, Zuzu se engajou na luta contra a ditadura.
Ela denunciou a tortura aos políticos que conheceu nos EUA, e suas roupas faziam alusão ao regime, com bordados de jipes do Exército e sóis enjaulados. Antes de morrer, em um suspeito acidente de carro, ela enviou cartas a amigos dizendo que estava sendo ameaçada.


A jornalista Tereza Novaes viaja a convite da Mostra de Cinema de Tiradentes.

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