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RUÍDO
Roberto Carlos cai do patamar de 1 milhão
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
Fato histórico: pela primeira
vez em mais de duas décadas, a
Sony admite a queda de Roberto
Carlos do patamar de 1 milhão
de cópias vendidas por título
lançado. "Roberto está com 750
mil CDs vendidos no Natal", diz
o novo vice-presidente da casa,
Alexandre Schiavo. Mas até agora a Associação Brasileira dos
Produtores de Discos só emitiu
certificado de disco duplo de
platina -500 mil cópias.
Schiavo é evasivo em esclarecer se fala de CDs comprados
pelo consumidor final ou remetidos pela fábrica às lojas: "É a
venda média dele em todo Natal. Não há ainda um levantamento final do primeiro trimestre de vendas. Mas não existe
questão de devolução".
A estratégia de considerar discos adquiridos pelas lojas como
"vendidos" inflou vendagens
nos últimos anos e chegou a render discos falsos de platina, como no caso de Supla, em 2002.
Encalhados, os discos podem
ser devolvidos (como aconteceu
com Supla) ou renegociados,
permanecendo parados nas
prateleiras, como costuma
acontecer com Roberto Carlos.
Na semana passada, o presidente da Sony, José Antonio
Eboli, foi destituído e substituído pelo norte-americano Millard Engleka, que vem da área de finanças em Nova York e na
Austrália. A Sony nega relação
com o caso Roberto Carlos. Engleka, que não fala português,
centrará foco em finanças, enquanto Schiavo, vindo do setor
de marketing, passa a responder
também pela área artística.
O NÃO-LANÇAMENTO
Em 1972, o produtor Nelson Motta reuniu boa parte do riquíssimo elenco da Philips para um disco especial de Carnaval. Um dos objetivos era fazer festa na contracorrente do pesado clima político de então. "Carnaval Chegou!" surgiu então, feito de músicas especialmente compostas e/ou interpretadas por Nara Leão, Caetano Veloso, Chico Buarque, Jorge Ben, Marcos Valle, Gilberto Gil, Wilson Simonal, Jair Rodrigues, Gal Costa, Raul Seixas, Wanderléa, Fagner, Ivan Lins, Sérgio Sampaio, Quinteto Violado, MPB-4, O Terço, o trio Sá, Rodrix & Guarabyra, Paulo César Pinheiro, Claudia Regina etc. A Universal, dona do tesouro, nunca relançou.
ABPD SEM PRESIDENTE
De saída da Sony, José
Antonio Eboli abandona
também o posto de presidente
da Associação Brasileira dos
Produtores de Discos, para a
qual fora nomeado havia
menos de um mês. A ABPD
afirma que só define a
substituição após o Carnaval.
EX-ABRIL ABRIGADOS
Encaminha-se a situação dos
órfãos da Abril Music. Marcos
Maynard, presidente da
gravadora que fecha hoje suas
portas, diz que intermediou a
transferência dos contratos de
Titãs, Capital Inicial, Los
Hermanos, Maurício Manieri,
Harmonia do Samba, Bruno &
Marrone e Adryana & A
Rapaziada para a BMG, que
confirma a transação. Marina
Lima, por sua vez, já está
contratada pela EMI, por onde
gravará seu "Acústico MTV".
UNIVERSAL SEM PRESIDENTE
Indefinido segue também o
substituto de Marcelo Castello
Branco na presidência da
Universal. O nome mais
cotado era o de Luiz Oscar
Niemeyer, mas ele afirma à
Folha que encerrou as
negociações e permanecerá na
BMG. A alta multa de rescisão
seria um dos motivos.
psanches@folhasp.com.br
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