São Paulo, sexta, 28 de março de 1997.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Indústria vive crise decisiva

de Washington

As sete irmãs de Hollywood, os tradicionais grandes estúdios, podem não estar a caminho de Detroit (analogia com a quase destruição da indústria automobilística norte-americana no final dos anos 70), como sugere a revista "The Economist", mas com certeza passam por crise decisiva.
O sucesso dos produtores estrangeiros e independetes no 69º Oscar é apenas a ponta do iceberg de dificuldades que MGM, Sony-Columbia, Universal, Disney, Time Warner, Twentieth Century Fox e Paramount enfrentam e ainda vão enfrentar.
No corpo do problema estão as novas tecnologias de comunicação, que vão facilitar a vida dos seus atuais adversários, o aparecimento de mais e mais pessoas e grupos econômicos dispostos a investirem em cinema, o fracasso criativo de seus próprios produtores e os custos enormes dos filmes que produzem.
Embora eles ainda detenham 80% do mercado de cinema e 70% do de TV no mundo, os sete grandes estúdios vêm perdendo público e lucratividade.
O custo médio de sua produção (US$ 40 milhões) e de marketing (US$ 9 milhões) é alto para qualquer padrão e só tem feito aumentar em termos reais a índices de fazer inveja a qualquer milagre brasileiro (cerca de 6% ao ano).
Mas o número de ingressos vendidos em média para cada um de seus filmes tem caído 7% ao ano, apesar de o número de pessoas nos cinemas estar crescendo.
Mesmo os que acham que Detroit é o futuro de Hollywood reconhecem que nenhuma debacle está próxima para os grandes estúdios e que seu poder de adaptação a crises já foi provado no passado, quando enfrentou primeiro a televisão, depois o videocassete. Mas que há pedras no caminho, há. (CELS)

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright 1997 Empresa Folha da Manhã