São Paulo, segunda-feira, 28 de março de 2011 |
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CRÍTICA ARTES PLÁSTICAS Mostra evidencia o papel da mulher na vanguarda artística FABIO CYPRIANO DE BRASÍLIA A cor rosa-bebê das paredes da mostra "Mulheres, Artistas e Brasileiras", em cartaz no Palácio do Planalto (Brasília), não faz justiça à radical produção feminina na história da arte do país. A mostra, que tem concepção da presidente Dilma Rousseff, como está assinado no folheto de divulgação distribuído no local, poderia cair em um mero ajuntamento de trabalhos de temática feminista, o que não é o caso. A exposição deixa patente a tese de que as grandes transformações na arte brasileira aconteceram em associação ou com a liderança feminina. Na primeira sala da exposição, estão obras de Anita Malfatti (1889-1964) e Tarsila do Amaral (1886-1973), duas figuras fundamentais do modernismo brasileiro. Anita, por ter sido duramente criticada por Monteiro Lobato (1882-1948), em 1917, aglutinou intelectuais como Mário de Andrade (1893-1945) e Oswald de Andrade (1890-1954), que acabaram criando a Semana de 22. Tarsila por ser a criadora, junto a Oswald, do movimento antropofágico, o mais original do país na primeira metade de século 20. "Abaporu", de 1928, a tela que originou o antológico Manifesto Antropófago, do mesmo ano, é o carro-chefe da mostra. Foi a própria presidente que pediu a obra emprestada a seu proprietário, o colecionador Eduardo Costantini. Também estão na mostra Maria Martins (1894-1973), primeira artista brasileira a integrar de fato a cena internacional, e Mary Vieira (1927-2001), que no movimento construtivo tornou-se precursora do cinético. Entre os destaques da produção neoconcreta há obras de Lygia Pape (1927-2004) e Mira Schendel (1919-1988). Entre os conceituais, Regina Silveira. Da produção dos anos 1980 há artistas como Leda Catunda, Beatriz Milhazes e Ana Tavares. Esse amplo panorama, em sua maioria de acervos públicos, se completa por outra intervenção da presidente: a inserção de artistas populares, como as bonequeiras do Vale do Jequitinhonha, num diálogo que tem sido comum em mostras de arte contemporânea. Assim, se por um lado a presidente gera um debate até então praticamente inédito no circuito institucional das artes, a cenografia, que está a cargo do curador da mostra, José Luis Hernández Alfonso, da Faap, escorrega num clichê. MULHERES, ARTISTAS E BRASILEIRAS QUANDO diariamente, das 10h às 16h; até 5/5 ONDE Salão Oeste do Palácio do Planalto (praça dos Três Poderes, Brasília; tel. 0/xx/61/3033-2929) QUANTO grátis CLASSIFICAÇÃO livre AVALIAÇÃO bom Texto Anterior: Feininger imortaliza Nova York dos anos 40 Próximo Texto: Espanha celebra abertura do Centro Niemeyer Índice | Comunicar Erros |
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