São Paulo, segunda-feira, 28 de março de 2011

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Espanha celebra abertura do Centro Niemeyer

Maior obra europeia do arquiteto foi inaugurada em Avilés com show de Woody Allen

LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM AVILÉS

"É Niemêier ou Niemáier?", perguntavam jornalistas espanhóis aos brasileiros, enquanto ensaiavam suas transmissões em Avilés, povoado do Principado de Astúrias, na Espanha.
Dali, anunciaram ao mundo, na última sexta-feira, a inauguração do Centro Internacional de Cultura Oscar Niemeyer, a maior obra do arquiteto na Europa.
Entre show da banda de jazz do cineasta Woody Allen e samba ao vivo com Mart'nália, Avilés passou o fim de semana celebrando a abertura do espaço, três anos e quase R$ 100 milhões após começar a ser erguido.
"O comentário era que a obra era impossível. Aqui estamos, diante do impossível", disse o patrono da Fundação Centro Niemeyer, Antonio Garrigues, na abertura.
O impossível é um complexo de quatro edifícios com traços que qualquer brasileiro reconhece.
O prédio mais sóbrio abriga sala de cinema e exposições menores. Outro, em forma de cúpula, terá exposições maiores, como a de fotos do diretor espanhol Carlos Saura. A torre de 20 m em espiral é um restaurante.
E o maior, com curvas assimétricas e o desenho do corpo feminino, abriga um auditório com palco onde subirão artistas como a bailarina flamenca Maria Pagés -que vai estrear coreografia baseada nas curvas de Niemeyer.
Tudo ao redor de uma praça para "unir as pessoas à beira-mar", nas palavras do arquiteto, mas que divide opiniões dos moradores.

"IMPACTO VISUAL"
"É um impacto visual que rompe o esquema da cidade", disse o empresário Enrique Pacheco. Outra preocupação é a proximidade com a siderúrgica Ensidesa, atrás dos prédios de Niemeyer.
Das chaminés, sai uma fumaça que ajudou a tornar Avilés uma das cidades mais poluídas da Espanha.
Para a prefeitura e o Principado, que descartam encerrar a siderúrgica, o centro é um pote de ouro que vai tirar Avilés da decadência econômica, após o abandono das indústrias, e situá-la no rol das cidades que trocaram o passado industrial pelo futuro cultural.
Ainda na Europa, nos Açores, em Portugal, o arquiteto vai erguer um museu de arte contemporânea. E também vai desenhar uma vinícola no sul da França, segundo o neto Carlos Oscar Niemeyer.

A jornalista LUISA BELCHIOR viajou a Avilés a convite do Centro Internacional de Cultura Oscar Niemeyer


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