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Teatro invade ruas de Santo André
DANIELA ROCHA
da Reportagem Local
Os principais grupos de teatro de
rua do Brasil estarão se apresentando em Santo André neste e no
próximo final de semana.
Os conhecidos Parlapatões Patifes e Paspalhões (São Paulo), Galpão (Minas Gerais), Grupo Tá na
Rua (Rio de Janeiro), Circo Branco
(São Paulo), entre outros, terão
apresentações a partir do dia 5 de
abril em vários locais da cidade
(confira a programação no quadro
abaixo).
Idealizado pelo ator e secretário
municipal da Cultura da cidade,
Celso Frateschi, 45, a 1¦ Mostra de
Teatro de Rua de Santo André foi
orçada em R$ 40,9 mil.
"É um investimento que fazemos para desenvolver uma tendência que existe no Brasil, que é a
arte pública. Grupos de teatro de
rua ganham cada vez mais notoriedade", afirmou Frateschi.
Este ano a mostra está sendo paga integralmente pela prefeitura,
mas a idéia, segundo Frateschi, é
expandir a mostra em 98, transformando-a em uma mostra internacional de teatro de rua.
Para viabilizar a vinda de grupos
do exterior ao Brasil, Frateschi
pretende fazer parcerias com empresas da cidade e região. "Este
ano damos o `start' à mostra. Pretendemos incrementá-la promovendo também workshops e apresentações paralelas à programação", disse ele, que já foi secretário municipal da Cultura de Santo
André entre 89 e 92 (leia abaixo).
Licença solene
A mostra será aberta com a apresentação do "Auto do Bumba-Meu-Boi", pelo grupo Cupuaçu, do Maranhão. A apresentação
acontecerá no calçadão do centro
da cidade, ao meio-dia.
"Este espetáculo é como um pedido de autorização à cúpula popular para ocupar as ruas da cidade", disse o secretário.
No mesmo dia, às 21h, o grupo
Galpão apresentará "Um Molière
Imaginário", espetáculo que leva
para o palco o autor da comédia
"O Doente Imaginário". Molière
aparece em alucinações do hipocondríaco Argan. Com essa montagem, dirigida por Eduardo Moreira, o grupo comemora 15 anos.
No dia 6, às 15h, acontece a apresentação de "Para Que Servem os
Pobres", com o grupo Tá na Rua,
do Rio de Janeiro. Esse espetáculo
já foi mostrado no Festival Ibero-Americano de Teatro de Cadiz
(Espanha), em 1992. O grupo busca o humor e a brasilidade de seus
espetáculos nas ruas e faz do espectador mais um ator na história.
Em 7 de abril, às 17h, é a vez dos
Parlapatões Patifes e Paspalhões
apresentarem "U Fabuliô", montagem feita a partir de histórias
existentes em contos franceses dos
séculos 13 e 14, os "fabliaux".
Quem conduz a história é João Dimas (interpretado por Hugo Possolo), um vendedor ambulante da
"Banha da Jurumba".
No fim-de-semana seguinte,
quem abre a programação é o grupo de Santo André Espinha de Peixe e Pernas de Pau Dançantes, que
contará, sobre pernas-de-pau, as
histórias "Nem Tudo o Que Se
Deita Está Cansado" e "Logo Se
Arrepende Daquilo Que Se Vê".
São duas histórias simples. A primeira é sobre um marido que surpreende a mulher comprando um
produto especial em um camelô. A
segunda é sobre duas irmãs gêmeas separadas ao nascer que se
reencontram em um Carnaval.
O representante do interior paulista na mostra é o grupo Fora do
Sério, de Ribeirão Preto. Ele vai
apresentar no dia 12, às 15h, o espetáculo "A Chave e a Fechadura". O texto é de Dario Fo e trata
de um jogo amoroso entre dois
personagens: Arlecchino e Franceschina, mostrado com elementos acrobáticos e circenses, máscaras, música e canto.
A última apresentação, dia 13, às
20h, será do Circo Branco, com espetáculo consagrado "Auto da
Paixão", do diretor pernambucano Romero de Andrade Lima. Doze cânticos de amor e morte são
cantados por pastoras que recriam
procissões, reisados e pastoris,
misturando o sagrado e o profano.
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