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CRÍTICA
"Missão" é uma estrela, duas, três...
em Nova York
A alguns meses de 2001, data da
decantada odisséia espacial no cinema, dá quase para falar que a
ficção científica nas telas acabou.
Tudo já foi feito, tudo já foi visto.
De Kubrick a "Blade Runner", de
Tarkovski a "Matrix". E, para o
bem e para o mal, "Missão: Marte", filme de Brian De Palma que
estréia hoje, mereceria ser o canto
do cisne do gênero.
"Mission to Mars", título original, é um filme cujas estrelas de
cotação aumentam e diminuem
em efeito gangorra durante seus
113 minutos.
De Palma às vezes parece ele
mesmo um alienígena, ao criar
cenas de um sentimentalismo
piegas de lascar, que parecem vir
de qualquer um, menos do diretor de "Carrie, a Estranha" (1976)
ou "O Pagamento Final" (1993).
Em outras passagens de "Missão: Marte" o cineasta arranca
poesia de efeitos especiais, com
uma fotografia de encher os
olhos, como a sequência holográfica em que um marciano esquizóide (por que não seria?) conta
como Marte era um planeta bacana e foi destruído, sem antes mandar a sementinha da vida para o
nosso planeta.
Explica os dinossauros, antes e
depois. Tudo bem, foi descoberta
a origem da vida, mas o marciano
não precisava cair no choro...
A história de "Missão: Marte"
começa num churrasco tipicamente terreno, em que os atores/
tripulação são apresentados e se
preparam para partir rumo ao
planeta vermelho.
A primeira missão chega a Marte, assenta acampamento, finca a
bandeira americana e descobre
uma espécie de pirâmide marciana, um monumento sinistro com
a feição de... um ET, tal qual conhecemos dos pôsteres e camisetas do "Arquivo X".
Logo, os terráqueos exploradores serão dizimados por uma força da "natureza local", com a exceção de um dos astronautas, que
é poupado.
Para resgatar o que sobrou do
time inicial, uma segunda missão
é enviada, levando uma equipe
comandada por Tim Robbins e
Gary Sinise.
O primeiro logo vira um perdido no espaço. Ao último, abatido
astronauta que ficou viúvo pouco
antes da decolagem, cabe então a
tarefa de pilotar o salvamento, verificar qual é a do monumento
marciano assassino e cravar em
solo vermelho a derrubada bandeira ianque.
No final das contas, Brian De
Palma criou mais um "Stargate"
melhorado do que um "2001:
Uma Odisséia no Espaço" piorado.
Se você se contentar com três
grandes cenas, algumas conduções de câmera e uma construção
cênica do planeta marciano de arrepiar, "Missão: Marte" vale o ingresso. Fora isso, o filme é uma espaçonave em direção a lugar nenhum.
(LR)
Avaliação:
Filme: Missão: Marte (Mission to Mars)
Direção: Brian De Palma
Produção: EUA, 2000
Com: Gary Sinise, Tim Robbins, Don Cheadle, Connie Nielsen, Jerry O'Connell
Quando: a partir de hoje, nos cines Center Iguatemi 2, Interlagos 2, Paulista
3 e circuito
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