São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 2006

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POPLOAD

O Serge e a Charlize

LÚCIO RIBEIRO
ENVIADO ESPECIAL A LOS ANGELES

Um outdoor na saída do LAX, o aeroporto angelino, quebra o clima sisudo para quem quer fugir daquela área feia de hotéis e aluguéis de carro o mais rápido possível para chegar a uma praia qualquer. O cartaz mostra o astro extracool francês Serge Gainsbourg e sua musa, Jane Birkin, num fundo preto.
É a capa do CD "Monsieur Gainsbourg Revisited", uma homenagem inglesa ao cantor, compositor, ator, autor e agitador francês, que saiu na França em março, mas chega às lojas agora em maio nos Estados Unidos. No Reino Unido, já é segunda-feira próxima. Não há notícias do lançamento do disco no Brasil, não é, Universal?
O CD é um modo anglo-americano (no caso, de artistas da língua inglesa) de mastigar a atmosfera chic-cabaré francesa das músicas de Gainsbourg e devolvê-las em forma de rock ou eletrônica soft para inglês ver (ouvir).
E, por mais obsceno que isso possa parecer para o "obsceno" Gainsbourg, o resultado ficou bom de lascar.

"Je T'Aime Moi Non Plus"
O novo rock britânico, nomes do indie americano, artistas de estirpe como Jarvis Cocker (ex-Pulp) e Michael Stipe (R.E.M.) e Tricky, entre vários outros, prestam essa homenagem musical que vem para lembrar os 15 anos da morte do homem que botou Catherine Deneuve, Brigitte Bardot e Isabelle Adjani (entre outras) para cantar (sim, a frase tem algo de obscena).
O grupo escocês de alma francesa e nome alemão Franz Ferdinand traz a senhorinha Birkin como convidada especial em "Sorry Angel", que virou "A Song for Sorry Angel". A doce Cat Power faz duelo "lesbo chique" com a modelo Karen Elson (que casou com Jack White na Amazônia) na mais-que-famosa "Je T'Aime Moi Non Plus", anglotravestida como "I Love You (Me Either)".
A sussurrada "Je T'Aime Moi Non Plus" foi a primeira canção de língua não-inglesa a cravar o número um nas paradas britânicas, apesar de ser proibida na BBC, excomungada pelo Vaticano e por, quase acima de tudo, ser... uma música francesa.
Pelos idos de 1970, a frase "Eu vou eu volto, por entre seus rins" causou. Com Cat Power/Karen Elson virou algo menos, hum, "explícito": "Eu vou e volto por entre você".
O fantástico grupo de moleques The Rakes, de Londres, está no disco. Assim como a dupla The Kills. Mas o toque mais "Gainsbourg" do disco vem das versões de Jarvis Cocker e do assombroso (nos dois sentidos) Portishead, que finalmente reaparece ao pop com algo "novo".

6-6-6
O "Los Angeles Times" soltou uma matéria sobre o impacto da chegada "apocalíptica" do 6 de junho de 2006, data do mal, no mundo pop. Na terça 6 de junho, e não numa sexta, estréia o remake de "The Omen" ("A Profecia"), com Julia Stiles e Mia Farrow, na reformulação do clássico de horror de 1976.
Como o diabo é o pai do rock, em disco sai "Strummin" with the Devil", do figuraça David Lee Roth (ex-Van Halen), e "The Stench of Redemptino", da banda de death metal Deicide, que prega o sacrifício animal.

Charlize, que saudade!
Popload também é bobagem. Sabe aquelas horas que você está ouvindo uma música gringa, não entende a letra, mas acha as palavras parecidas com alguma frase desconexa em português?
Vá ao site http://cognatas. dromma.org, veja, ouça, chore de rir e, se você se lembrar de alguma, contribua mandando um trecho da música em MP3.
Lá tem o Clash cantando "Charlize, que saudadeeeees" no refrão de "Rock the Casbah". Ou o Billy Idol mandando "Feche os olhos e aaaaaaaah, vai enxugar o peixe", em "Eyes without a Face".
O Nirvana berrando "Ah, não, os avião..." na canção "All Apologies" e o espetacular achado em música da banda indie nova-iorquina Yeah Yeah Yeahs: "Eu fissurada, eu fiz suruba, eu fissurada, eu fiz suruba. Uêi, au. Ei, menino, onde o índio sai, cuspiu, quem quer que tome".

New Order
Eu sei, essa história é velha. Mas o New Order está confirmado para shows no Brasil em novembro, espetáculos sob a responsabilidade da CIE.


@ - lucio@uol.com.br

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