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"NUIT BLANCHE"
Vive la Fête supera a pose do electro
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO
Foi divertido enquanto durou.
O povo moderno brincou de
ser glamouroso e se entupiu de
champanhe até perceber que tinha algo errado nessa brincadeira. A badalação em torno do electro já era. Mas e o que realmente
importa, a música, ela resiste?
Após as apresentações controversas de Miss Kittin e Fischerspooner no Brasil, seria natural
torcer o nariz para grupos como o
belga Vive la Fête, que tem seu
mais recente álbum, "Nuit Blanche", lançado por aqui. Num esforço de entrar na onda (marola,
digamos), a gravadora promete
lançar outros CDs da dupla. Vale
dar mais uma chance -à música.
Não que aqui você vá encontrar
algo muito diferente daquelas batidas eletrônicas que ressuscitaram diretamente do caidaço tecnopop dos anos 80 como a coisa
mais genial do mundo. Clássicos
que embalaram pistas daquele
tempo, como "The Model"
(Kraftwerk) ou "Cars" (Gary Numan), emprestam melodias para
as faixas "Nuit Blanche" e "Ja
Loux", mas isso não chega a comprometer. É no ato de dar nova
maquiagem a idéias do passado
que a dupla se destaca.
Cantando em francês, a vocalista Els Pynoo busca referências na
linha brega/sexy/cool de Brigitte
Bardot e Jane Birkin, enquanto o
namorado, Danny Mommens
(do dEUS), capricha nos climões
às vezes sombrios, tão caros ao
imaginário da eletrônica belga.
Talvez nem eles tenham se dado
conta, mas a melhor coisa do álbum é uma faixa escondida, menos eletrônica, mais power pop.
Ah, sim. Eles se vestem bem, são
queridinhos das páginas de revistas de moda, das passarelas e foram apadrinhados por Karl Lagerfeld, da Chanel. Mas isso você
pode deixar de lado.
Nuit Blanche
Artista: Vive la Fête!
Gravadora: ST2 Records
Quanto: R$ 25, em média
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