DA REDAÇÃO

Atire o primeiro copo (ou garrafa long neck) quem nunca se preocupou com a possibilidade de perder um cartão de consumo num clube ou num bar em São Paulo. Pois essa que é das mais inconvenientes dores de cabeça de quem sai para dançar pode estar prestes a desaparecer. Pelo menos é o que promete um novo e inédito sistema high tech implantado numa casa da cidade.
O e-muzik (assim mesmo, em minúsculas), inaugurado anteontem na Vila Olímpia, bairro freqüentado por dez entre dez endinheirados paulistanos, introduziu uma tecnologia de "reconhecimento digital" para os clientes do clube. O sistema é semelhante ao utilizado em aeroportos, para a identificação de turistas.
Ao entrar na casa, o cliente coloca o dedo indicador num pequeno aparelho de cerca de dez centímetros de altura. A digital será lida pelo sensor e "armazenada" num computador, com alguns dados do cliente. Na hora de pegar uma bebida no bar ou de pagar a conta, basta colocar novamente o dedo no aparelho.
Nos primeiros 30 dias, a e-muzik ainda trabalhará simultaneamente com cartões de consumo. Depois disso, será apenas a leitura digital. "Além de eliminar os cartões de consumo, a vantagem do sistema é que ele oferece um perfil completo do consumidor, como o tipo de bebida que ele bebe. Assim, dá para a casa fazer uma personalização de seus clientes e ter um melhor controle do que acontece", diz Elisson Campos Osório, 24, proprietário da Oz Tecnologia, empresa que desenvolveu o sistema.
Mais novidade: ao entrar na área "private" da casa, os freqüentadores do e-muzik serão recepcionados por uma hostess virtual.
Uma outra tentativa de diferenciar a e-muzik das outras dezenas de clubes da região é a "ambientação" de sua pista de dança.
A proposta é ter "um novo cenário" todos os dias. Para isso, serão utilizados quatro telões de alta tecnologia, um em cada lado da pista, que exibirão imagens de praias, florestas, desertos etc. Tudo a cargo de Alexis, que será o VJ residente da casa.

"Fragrância" e house
"Isso é para que os freqüentadores possam se sentir, a cada dia, num clube novo", afirma Fábio Nardelli, 32, um dos proprietários do e-muzik. E, diz ele, para cada ambientação, o clube terá uma "fragrância" diferente, criada por especialistas em aromaterapia.
Mas quem vai ao e-muzik, espera-se, tem interesse também em dançar. A house music dominará os toca-discos da casa, em suas vertentes deep, progressive e mais comercial. Os DJs residentes serão Carlo Dall'Anese (do Sirena, de Maresias) e Rodrigo Ferrari.
(THIAGO NEY)