São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 2008

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Hollywood lamenta morte de Pollack

Atores como Robert Redford falam sobre o cineasta norte-americano, morto anteontem em decorrência de câncer

"Ele fez do cinema algo melhor", disse George Clooney sobre Pollack, que ganhou o Oscar de direção por "Entre Dois Amores"

DA REPORTAGEM LOCAL

"Sydney fez do mundo um lugar melhor, fez do cinema algo melhor e até mesmo fez de jantares algo melhor. Ele fará uma falta enorme." Foi com essas palavras que o ator George Clooney lembrou o cineasta norte-americano Sydney Pollack, morto na última segunda-feira, aos 73 anos.
Segundo assessores, Pollack morreu na Califórnia, em decorrência de um câncer.
Pollack atuou ao lado de Clooney em "Conduta de Risco", filme que recebeu sete indicações ao Oscar neste ano -Tilda Swinton ganhou o troféu de atriz coadjuvante.
"Minha relação com Sydney, tanto pessoal como profissional, existe há mais de 40 anos. É algo muito pessoal para expressar em poucas palavras", afirmou em nota o ator Robert Redford, que foi dirigido por Pollack em filmes como "Nosso Amor de Ontem" (1973), "Três Dias do Condor" (1975) e "Entre Dois Amores" (1985).
"Ter tido a oportunidade de conhecer e de trabalhar com Sydney foi um grande presente que recebi. Ele era um bom amigo e um diretor fenomenal", lembrou Sally Field.
A atriz trabalhou com Pollack em "Ausência de Malícia", filme que teve em seu elenco Paul Newman.
"Nós começamos juntos em Nova York, e ele sempre se superava em qualquer coisa que fazia", afirmou anteontem o ator Martin Landau.
Se, no início, Pollack privilegiou a carreira de ator -estudou no teatro Neighborhood Playhouse-, a partir da segunda metade dos anos 60 ele se dedicou à direção de filmes.
Ganhador do Oscar de direção em 1986 por "Entre Dois Amores", foi indicado para o prêmio também por seu trabalho em "A Noite dos Desesperados" (1969) e "Tootsie" (1982).
"Sydney deixava o diálogo e as emoções de uma cena se comunicarem naturalmente. Não gostava de truques cinematográficos; ele tinha um toque sutil, e seu foco na história nos permitia habitar o mundo que ele criava em seus filmes", disse Michael Apted, cineasta e presidente do Sindicato dos Diretores dos Estados Unidos.
Sobre o fato de atuar e dirigir, Pollack chegou a dizer, em 2005, durante o Tribeca Film Festival, em Nova York: "A maioria dos grandes cineastas que conheço não atuaram, então não dá para dizer que seja um pré-requisito. Mas, por outro lado, [ser ator] me dá uma grande ajuda".

"Espião"
Com humor, Pollack dizia que gostava tanto de atuar em filmes de outros cineastas para "espiar como outros diretores trabalham". Para ele, "são como leões, que urinam em cada canto para marcar seu espaço."
Entre os cineastas que dirigiram Pollack estão Woody Allen ("Maridos e Esposas"), Robert Altman ("O Jogador") e Stanley Kubrick ("De Olhos Bem Fechados").
"Ele fala em uma língua que os atores conseguem entender", disse Ed Harris, que trabalhou com o cineasta em "A Firma" (1993). "Sabia conversar a respeito de cada situação."


Com agências internacionais


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