São Paulo, Sexta-feira, 28 de Maio de 1999
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Fruta tem papel na história gastronômica do país

do enviado especial

A versatilidade do caju e a sua consequente popularização têm sido registradas, nos últimos 30 anos, principalmente no Nordeste.
Mas a fruta ocupa um importante papel na história gastronômica do país, segundo o historiador e cientista político Manuel Domingos Neto, 49, professor da UFC (Universidade Federal do Ceará).
O caju foi vital para o povoamento do Nordeste a partir do século 17. Antes disso, a fruta foi indispensável para a sobrevivência das tribos indígenas da região.
Popular em todo o Nordeste brasileiro, a cajuína, por exemplo, bebida sem gás feita do suco da polpa, é uma descendente da "aluá", bebida extraída do caju fermentado que também pode ser feita de frutas variadas e que ainda hoje é consumida pelos índios e pela população rural nordestina.
Como a parte da polpa do caju tem vida útil efêmera, um dos primeiros sinais de diversificação foi sua transformação em doce, maneira encontrada como método de preservação na época da culinária colonial, diz o historiador.
Ao contrário da polpa, a amêndoa da castanha tem uma duração maior, podendo ser armazenada. Qualidade que garante um uso diversificado em diversos pratos, tanto doces como salgados.
A casca da castanha era, na época da expansão da pecuária nordestina, a partir do século 17, eventualmente utilizada como ração animal. Já a partir do século 19, com o aproveitamento industrial da amêndoa, a casca se tornou uma importante ração animal no Nordeste. (RO)


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