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Fruta tem papel na história gastronômica do país
do enviado especial
A versatilidade do caju e a sua
consequente popularização têm sido registradas, nos últimos 30
anos, principalmente no Nordeste.
Mas a fruta ocupa um importante papel na história gastronômica
do país, segundo o historiador e
cientista político Manuel Domingos Neto, 49, professor da UFC
(Universidade Federal do Ceará).
O caju foi vital para o povoamento do Nordeste a partir do século
17. Antes disso, a fruta foi indispensável para a sobrevivência das
tribos indígenas da região.
Popular em todo o Nordeste brasileiro, a cajuína, por exemplo, bebida sem gás feita do suco da polpa, é uma descendente da "aluá",
bebida extraída do caju fermentado que também pode ser feita de
frutas variadas e que ainda hoje é
consumida pelos índios e pela população rural nordestina.
Como a parte da polpa do caju
tem vida útil efêmera, um dos primeiros sinais de diversificação foi
sua transformação em doce, maneira encontrada como método de
preservação na época da culinária
colonial, diz o historiador.
Ao contrário da polpa, a amêndoa da castanha tem uma duração
maior, podendo ser armazenada.
Qualidade que garante um uso diversificado em diversos pratos,
tanto doces como salgados.
A casca da castanha era, na época
da expansão da pecuária nordestina, a partir do século 17, eventualmente utilizada como ração animal. Já a partir do século 19, com o
aproveitamento industrial da
amêndoa, a casca se tornou uma
importante ração animal no Nordeste.
(RO)
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