São Paulo, sábado, 28 de junho de 1997.



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Steuerman toca Beethoven

LUIS S. KRAUSZ
especial para a Folha

Schubert, Beethoven e Brahms estão no programa que a Orquestra Sinfônica Municipal mostra hoje e amanhã, sob regência do suíço Karl Martin, diretor musical da ópera de Palermo, e ao lado do pianista brasileiro radicado em Londres Jean-Louis Steuerman.
A passagem por este repertório consagrado insere-se na atual temporada da OSM, que busca oferecer programas de bom nível a preços populares.
Steuerman e Martin já se apresentaram lado a lado muitas vezes, na Europa, mas esta é a primeira vez que tocam, juntos, o "Concerto nº 3 para Piano e Orquestra" de Beethoven -obra marcada por um confronto entre o formalismo clássico e o individualismo romântico.
Leia a seguir a entrevista que Steuerman concedeu à Folha:

Folha - Você faz uma abordagem histórica ou moderna do repertório barroco, clássico e romântico?
Jean-Louis Steuerman -
Busco sempre uma maneira moderna de ler a música, na qual aproveito elementos históricos. O próprio fato de a gente se voltar para este repertório antigo não teria sentido se não estivéssemos buscando encontrar nele algo novo.
Folha - No concerto nº 3 de Beethoven, que está no programa de hoje, você enfatiza as influências de Mozart e Haydn ou o lê à luz da obra mais tardia -e mais genuinamente romântica- do compositor?
Steuerman -
Minhas intenções são entender esse momento dramático, de ruptura entre dois séculos, onde estão presentes o formalismo de Mozart e Haydn, mas também o drama e o individualismo do século 19. O drama da coexistência entre esses dois elementos, e seu conflito, é o que torna o concerto nº 3 de Beethoven tão apaixonante.
Folha - Como é tocar junto à Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo?
Steuerman -
A orquestra desenvolveu-se muito. Tem sido regida por maestros de qualidade internacional, o que se reflete no resultado. Fico feliz em tocar no Brasil e ver que a comunidade vem manifestando um interesse cada vez maior pela música.

Concerto: Orquestra Sinfônica Municipal Regência: Karl Martin Solista: Jean-Louis Steuerman Programa: Schubert: Abertura em Estilo Italiano; Beethoven: Concerto nº 3 para Piano e Orquestra; Brahms: Sinfonia nº 3 Quando: hoje, às 17h, e amanhã, às 10h30 Onde: Teatro Municipal de São Paulo (pça. Ramos de Azevedo, s/nº) Quanto: de R$ 2 a R$ 8


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