São Paulo, Segunda-feira, 28 de Junho de 1999
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PERSONALIDADE
Rapper está sendo processado por ter agredido executivo com garrafa de champanhe, cadeira e telefone
Puff Daddy prepara CD em meio a processo

de Nova York

O rapper e empresário musical Puff Daddy -um dos responsáveis pelo boom do hip hop nos EUA nesta década- está preparando o lançamento de seu segundo e aguardado disco em meio a uma processo criminal que pode lhe render até sete anos de prisão.
Seu novo álbum, "Forever", está em fase final de produção e deve ser lançado no dia 24 de agosto pelo seu próprio selo, o Bad Boy Records. Até lá, Sean Combs (seu nome verdadeiro), 29, pode ser um homem condenado.
Ele é acusado de ter agredido, junto com outras duas pessoas, o executivo Steven Stoute, da Universal Records, no dia 15 de abril. A polícia diz que o trio invadiu o escritório de Stoute em NY por volta das 16h30 e bateu nele com uma garrafa de champanhe, uma cadeira e um telefone. Depois, destruiu parte do escritório. A cena teria sido gravada por câmeras de segurança.
No dia seguinte, Combs foi preso, acusado de agressão em segundo grau e de ter causado prejuízos materiais a Stoute. Foi solto após pagar fiança de US$ 15 mil.
O motivo da agressão foi a participação de Combs no videoclipe "Hate Me Now", do rapper Nas, no qual ele aparece sendo crucificado. Combs disse que, depois de gravar a cena, concluiu que ela seria prejudicial à sua imagem e requisitou então à gravadora a retirada da cena do clipe. Mas o vídeo foi enviado à MTV sem os cortes.
Na última quinta-feira, antes de conceder entrevista sobre o disco para a imprensa internacional, Combs compareceu a um tribunal em NY com a expectativa de que Stoute aceitasse retirar as acusações. Um dia antes, pediu desculpas públicas a Stoute e chegou a anunciar um acordo com ele, que não incluiria o pagamento de uma indenização.
A expectativa foi reforçada porque, no mesmo dia, o advogado de Stoute, Thomas Puccio, divulgou um comunicado no qual disse que "a questão foi resolvida amigavelmente".
Mas as duas partes não chegaram a um acordo e uma nova audiência foi marcada para o dia 5 de agosto.
Em maio, Stoute disse que vê Combs como "um gângster do mercado musical". "Ele é o cara que chora por seu amigo (Notorious) B.I.G. publicamente e promove a paz, mas que tem uma história triste", disse Stoute.
Notorious B.I.G. (Christopher Wallace) foi o principal artista do selo de Puff Daddy. Foi assassinado ao sair de uma festa em Los Angeles em março de 1997.
Na entrevista de quinta-feira, Combs evitou comentar o caso. Disse apenas que "foi um incidente infeliz e que a culpa foi minha. Tomei uma decisão emocional e cometi um erro".
Combs é um dos artistas de maior sucesso nos EUA. Seu primeiro disco, "No Way Out" (1997), vendeu mais de 7 milhões de cópias. Em 1998, seus ganhos pessoais somaram US$ 53,5 milhões segundo a revista "Forbes", que o colocou como o 15º artista mais rico dos EUA no ano.
(RENATO FRANZINI)

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