São Paulo, quarta-feira, 28 de julho de 2004

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LEITURA DRAMÁTICA

Aos 81 anos, o ator dirige a primeira peça de Célia Regina Forte, "Amigas, Amigas; Amizade à Parte"

Autran avaliza comédia sobre mulheres

VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O ator Paulo Autran e a jornalista e relações públicas Célia Regina Forte se conhecem há 14 anos. Ela foi assessora de imprensa de vários dos seus espetáculos. Todo início de semana, invariavelmente, freqüentam a mesma roda de amigos para jogar baralho. Quatro meses atrás, Autran foi surpreendido quando Forte sacou da manga o texto de uma comédia que agora vem a público.
A peça de estréia da autora foi batizada "Amigas, Amigas; Amizade à Parte". E participa hoje à noite do ciclo Leituras de Teatro, no auditório da Folha (al. Barão de Limeira, 425, 9º andar, SP).
"Somos parceiros de tranca, mas nunca imaginei que um dia ela fosse me apresentar um texto para teatro, pronto, e que eu fosse ler e gostar", conta Autran, 81. Ele dirige a leitura.
Segundo o ator, trata-se de comédia de costumes que demonstra "como a falta do que fazer, as futilidades, favorecem aspectos negativos na vida das pessoas".
Forte, 42, escreve sobre quatro mulheres "bem comuns", na faixa dos 40 aos 55 anos. O encontro num final de noite, na casa de uma delas, atiça os fantasmas: desejo reprimido, traição com o marido da outra, ou "ex", solidão do travesseiro, pai gay ou corrupto, enfim, uma fieira de neuroses numa "xicrinha de água" em tempestade, para citar uma delas. Há ainda as sacanagens literais e aventuras com as quais a autora espera conquistar o público.
A anfitriã da história é Débora (Cristina Mutarelli). Divorciada, sem filhos, ela idealiza o amor e come compulsivamente. Sara (Suzy Rêgo) é mais reservada. Executiva, disfarça a esperança, fuma compulsivamente, não perdoa as amigas, mas pouco se importa com a opinião alheia.
Fram (Karin Rodrigues), ou Framélia, contração de Francisco e Amélia, os pais, também é divorciada. Os dois filhos moram com o ex-marido. É a mais velha, gosta de falar palavrão à boca miúda e namora adoidado.
Por fim, a única casada, Olívia (Jandira Martini). Essa personagem já foi rica, hoje dirige uma van escolar e faz de conta que não sabe que o marido a trai.
"Cada umas delas é a combinação de todas as mulheres", diz Forte, que extraiu boa parte dos diálogos do círculo de amizades. "São pequenas tragédias reais que, levadas ao teatro, tornam-se cômicas", afirma.
A entrada é franca e os interessados em assistir devem fazer reservas pelo telefone 0/xx/11/3224-3473, das 14h às 18h.


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