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LEITURA DRAMÁTICA
Aos 81 anos, o ator dirige a primeira peça de Célia Regina Forte, "Amigas, Amigas; Amizade à Parte"
Autran avaliza comédia sobre mulheres
VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O ator Paulo Autran e a jornalista e relações públicas Célia Regina
Forte se conhecem há 14 anos. Ela
foi assessora de imprensa de vários dos seus espetáculos. Todo
início de semana, invariavelmente, freqüentam a mesma roda de
amigos para jogar baralho. Quatro meses atrás, Autran foi surpreendido quando Forte sacou da
manga o texto de uma comédia
que agora vem a público.
A peça de estréia da autora foi
batizada "Amigas, Amigas; Amizade à Parte". E participa hoje à
noite do ciclo Leituras de Teatro,
no auditório da Folha (al. Barão
de Limeira, 425, 9º andar, SP).
"Somos parceiros de tranca,
mas nunca imaginei que um dia
ela fosse me apresentar um texto
para teatro, pronto, e que eu fosse
ler e gostar", conta Autran, 81. Ele
dirige a leitura.
Segundo o ator, trata-se de comédia de costumes que demonstra "como a falta do que fazer, as
futilidades, favorecem aspectos
negativos na vida das pessoas".
Forte, 42, escreve sobre quatro
mulheres "bem comuns", na faixa
dos 40 aos 55 anos. O encontro
num final de noite, na casa de
uma delas, atiça os fantasmas: desejo reprimido, traição com o marido da outra, ou "ex", solidão do
travesseiro, pai gay ou corrupto,
enfim, uma fieira de neuroses numa "xicrinha de água" em tempestade, para citar uma delas. Há
ainda as sacanagens literais e
aventuras com as quais a autora
espera conquistar o público.
A anfitriã da história é Débora
(Cristina Mutarelli). Divorciada,
sem filhos, ela idealiza o amor e
come compulsivamente. Sara
(Suzy Rêgo) é mais reservada.
Executiva, disfarça a esperança,
fuma compulsivamente, não perdoa as amigas, mas pouco se importa com a opinião alheia.
Fram (Karin Rodrigues), ou
Framélia, contração de Francisco
e Amélia, os pais, também é divorciada. Os dois filhos moram
com o ex-marido. É a mais velha,
gosta de falar palavrão à boca
miúda e namora adoidado.
Por fim, a única casada, Olívia
(Jandira Martini). Essa personagem já foi rica, hoje dirige uma
van escolar e faz de conta que não
sabe que o marido a trai.
"Cada umas delas é a combinação de todas as mulheres", diz
Forte, que extraiu boa parte dos
diálogos do círculo de amizades.
"São pequenas tragédias reais
que, levadas ao teatro, tornam-se
cômicas", afirma.
A entrada é franca e os interessados em assistir devem fazer reservas pelo telefone 0/xx/11/3224-3473, das 14h às 18h.
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