São Paulo, quinta-feira, 28 de julho de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Cotidiano das mulheres ganha espaço na cena humorística

Produções em cartaz abordam universo feminino para fazer rir

DE SÃO PAULO

O humor, território até hoje ocupado por um time essencialmente masculino, vive fase de transformação. A mulher ganhou espaço na cena teatral cômica do país. Em vez de imitar as habituais piadas diretas de seus opostos, instala-se em posto próprio, transpondo aos palcos a graça de seu cotidiano.
Desse modo, faz rir trocando objetividade por subjetividade, síntese por excesso e, claro, misturando humor com drama. "Na vida feminina, o cômico se confunde com o trágico", resume a jornalista e dramaturga Célia Forte, autora de "Ciranda". A peça, dirigida por José Possi Neto e em cartaz na cidade, faz uma reflexão sensível sobre a vida ao contar a história de três gerações de mulheres de uma família.
O humor e a ironia nascem da visão de mundo e da intensidade de emoções dessas personagens. Apesar de distintas entre si, as três vivem em constante embate com o turbilhão de sentimentos que habita --e endoidece-- toda mulher.
"Dramaturgicamente, a loucura feminina é muito mais rica do que a objetividade do homem", acredita Veridiana Toledo, atriz que estreia no próximo dia 5 de agosto "Meu Trabalho É um Parto", solo dirigido por Marcelo Galdino e Helô Cintra.
Escrita a partir de depoimentos reais, a peça transforma em comédia as situações mais dramáticas da gravidez. Definida pela atriz Denise Fraga como um "'Big Brother' de qualidade", "Sem Pensar", espetáculo da jovem londrina Anya Reiss, é outro exemplo de um texto feminino que extrai graça do universo da mulher.
A peça, cuja temporada termina no final do mês, escancara a disfuncionalidade de uma família. "A autora leva cenas cotidianas às últimas consequências", diz Denise, que rouba a cena como mãe relapsa e mulher em crise no casamento.

'LADO PATÉTICO'
Cristiane Wersom, uma das integrantes do grupo de humor As Olívias Palitam --formado por quatro mulheres altas e magras, daí o nome--, também conta ter a realidade feminina como principal alimento. "A gente busca o lado patético presente no cotidiano da mulher", conta.
Seu espetáculo, que fica em cartaz na cidade até setembro e é batizado com o nome do grupo, cria esquetes cômicos a partir de pequenas tragédias do dia a dia feminino. "Falar de mulher dá mais samba", afirma.
(GM)


Texto Anterior: Rubricas
Próximo Texto: Crítica/Comédia: Tom histriônico dilui sutileza de espetáculo dirigido por Falabella
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.