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ACONTECE NO RIO
Universo feminino é sucesso de bilheteria
JUDITH MORAES
free-lance para a Folha
Versões do universo feminino,
retratadas pelas peças "Somos Irmãs" e a "A Dona da História",
são sucesso de público no Rio e
vão comemorar cem apresentações na próxima semana.
Nos dois espetáculos, as vidas de
mulheres são dissecadas, mostrando as escolhas que fizeram e os
reflexos disso em seus futuros.
As peças devem ser levadas para
São Paulo a partir de março e abril
do ano que vem, respectivamente.
O musical "Somos Irmãs", que
já foi visto por 31 mil pessoas,
atualmente em cartaz no teatro
Ginástico (centro do Rio de Janeiro), conta a ascensão e decadência
das irmãs Batista, Linda e Dircinha, rainhas da era de ouro do rádio no Brasil (leia texto nesta página).
A comédia "A Dona da História" faz o público refletir junto
com a personagem, mulher de 50
anos que revê sua vida e reavalia
suas decisões dos tempos de juventude. O espetáculo já atraiu 40
mil pessoas para o Teatro do Leblon (zona sul).
Suely Franco e Nicette Bruno são
as atrizes de "Somos Irmãs", com
direção de Ney Matogrosso e Cininha de Paula. O musical tem gerado filas constantes na bilheteria.
As apresentações são realizadas
às 19h30, fator que, somado ao
preço de R$ 15, faz parte da fórmula que contribui para atrair o
público.
A bilheteria abre todos os dias às
14h, mas por volta do meio-dia começa a chegar gente para garantir
seu ingresso.
Maria Estela da Silva, 71, chegou
antes das 12h na última terça-feira
e conseguiu quatro lugares para a
próxima quinta.
Ela acompanhou o auge das irmãs Batista na sua juventude e
acha que o sucesso da peça vem do
fato de ela aliar "talento com
emoção", história e música.
"Essa peça só podia ter uma boa
receptividade. Duas atrizes excelentes, interpretando duas figuras
da música brasileira que viveram o
glamour e a decadência. Interessa
não só a quem viveu a época, como a jovens curiosos por nossa
história", afirmou Maria Estela.
O êxito de "Somos Irmãs" criou
o projeto de um longa-metragem
com o mesmo elenco. A produtora
Cinthya Graber quer realizar o filme "para o mercado internacional".
O espetáculo teve sete indicações
para o prêmio Shell de teatro.
Duas para a categoria melhor
atriz, além de direção, cenário
(Hélio Eichbauer), figurino (Claudio Tovar), iluminação (Ney Matogrosso e Enor Fonseca) e texto
(Sandra Louzada), categoria na
qual está concorrendo também
João Falcão, autor e diretor de "A
Dona da História".
Essa comédia foi escrita especialmente para duas atrizes, Marieta Severo e Andréa Beltrão, cujos nomes servem como um dos
elementos que atraem público de
várias faixas de idade ao Teatro do
Leblon.
A estudante Mariana Lima, 23,
levou sua mãe, Lourdes Lima, 50.
Para ela, o sucesso do espetáculo
se deve "ao fato de que faz pensar
sobre o livre-arbítrio", suas consequências e responsabilidades.
"É interessante ver que decisões
banais, como ir ou não a uma festa, podem mudar o rumo de nossas vidas", disse Mariana, que
comprou sua entrada com duas
semanas de antecedência.
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