São Paulo, sexta, 28 de agosto de 1998

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Mosqueteiros de Dumas chegam em versão "entertainment"

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
free-lance para a Folha

"Um por todos e todos por um." A lendária frase de "Os Três Mosqueteiros", clássico de Alexandre Dumas, ecoa mais uma vez.
Ambientada na França do século 18, bem ao estilo capa e espada, chega hoje a São Paulo "D'Artagnan e os Três Mosqueteiros", peça que reúne no mesmo palco um elenco de televisão.
Integrando o corpo de 19 atores, Pedro Vasconcelos (Porthos), Marcelo Faria (Athos), Rodrigo Santoro (D'Artagnan), Thierry Figueira (Aramis) e Luana Piovani (Milady) se juntam para contar a trajetória de D'Artagnan, jovem que se aventura com o objetivo de ser um mosqueteiro.
Adaptada por Marcelo Faria e Pedro Vasconcelos, que também assina a direção e produção do espetáculo, a peça mantém a sequência do livro -a linguagem dos "tu" e "vós"- e se propõe como entretenimento.
"Antes me preocupava com uma razão social. Com "D'Artagnan', apesar de um apelo à amizade, proponho apenas lazer a pessoas de 8 a 80 anos", diz Pedro.
Usando linguagem de videoclipe (cenas curtas interligadas com cortes de luz), Pedro transforma o teatro numa arena, promovendo inclusive lutas de espadas em meio ao público.
Em relação ao elenco, ele é direto: "Até parece que ator da Globo não pode fazer teatro. Não somos Fernanda Montenegro ou Paulo Autran. Que todos nos assistam. Verão um espetáculo correto, voltado à diversão e que surpreende em performances".

Empreitada
Segundo Vasconcelos, além de entretenimento, o público verá o resultado de uma empreitada.
"Tudo começou há quatro anos. Eu e o Marcelo queríamos um texto. Ele surgiu de uma visita a Julio Bressane, quando "roubamos' seu exemplar de "Os Três Mosqueteiros'", diz.
O livro do cineasta logo se transformou em um "calhamaço xerocado" de mais de 400 páginas.
Idéias na cabeça e xerox nas mãos, os atores se lançaram a procurar, em vão, alguém que adaptasse o texto para teatro, acabando, eles mesmos, por fazê-lo, em um processo que se arrastou até este ano.
Até a estréia no Rio (abril), "D'Artagnan" ainda passou por "superações", protagonizadas em especial por Rodrigo Santoro e Luana Piovani, inimigos na peça.
Santoro, que ao lado de Thierry marca sua estréia nos palcos, devido a movimentação, teve problemas cardiovasculares. Já Luana, em seu primeiro papel de vilã, teve que superar o trauma de ter de matar alguém em cena, fato que gerava crises de choros.

Peça: D'Artagnan e os Três Mosqueteiros
Quando: estréia hoje, às 21h; quinta, às 19h30; sexta e sábado, às 21h; domingo, às 18h; até 25/10
Onde: teatro Cultura Artística (r. Nestor Pestana, 196, tel. 011/258-3616)
Quanto: R$ 35 e R$ 17,50 (meia)
Patrocinadores: Varig, Volvo e Brasilton




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