São Paulo, quinta-feira, 28 de setembro de 2000

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ELEIÇÕES/SP
Marlene Bergamo/Folha Imagem
MARTA SUPLICY
33% das intenções de voto*


Sérgio Lima/Folha Imagem
PAULO MALUF
13% das intenções de voto*


Cleo Velleda/Folha Imagem
GERALDO ALCKMIN
13% das intenções de voto*


Moacyr Lopes Jr./Folha Imagem
ROMEU TUMA
13% das intenções de voto*


Juca Varella/Folha Imagem
LUIZA ERUNDINA
10% das intenções de voto*




*Segundo pesquisa Datafolha publicada ontem na Folha

Só Tuma não responde às questões propostas sobre a área
Conheça os planos dos candidatos a prefeito

DA REPORTAGEM LOCAL

Procurados pela Folha, os candidatos à Prefeitura de São Paulo, à exceção de Romeu Tuma (PFL), responderam a cinco perguntas -três iguais (leia ao lado), e duas específicas de cada programa.
Marta Suplicy (PT) promete "uma política cultural democrática e regionalizada". Para Paulo Maluf (PPB), os espaços culturais "são poucos e subaproveitados", o que quer corrigir ampliando sua quantidade e programação. Geraldo Alckmin (PSDB) quer descentralizar "decisões de programação e definição de prioridades, de acordo com os interesses das comunidades". Luiza Erundina (PSB) pretende "estimular, criar espaços e apoiar manifestações".
Pesquisa Datafolha publicada ontem aponta Marta na liderança da sucessão, com 33% das intenções de voto. Maluf, Alckmin e Tuma têm, cada um, 13%. Erundina aparece com 10%. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Marta e Alckmin enviaram suas respostas por e-mail. Maluf deu entrevista em seu escritório, e Luiza Erundina, por telefone. A seguir, as respostas às perguntas referentes a cada programa de governo. (FERNANDA CIRENZA)

Marta Suplicy

Folha - Um dos itens de seu programa diz "Investimento para a Cidadania". O que significa isso?
Marta Suplicy
- Significa garantir o direito de todos à produção e fruição culturais, à informação e à participação, vendo acesso à cultura como direito do cidadão. Para isto, implementaremos uma política democrática e regionalizada, apoiando iniciativas representativas do interesse das comunidades e das pessoas que nelas vivem, dando visibilidade à variedade e riqueza de manifestações artísticas e culturais da cidade.
Cabe ao poder municipal reassumir a responsabilidade pela política cultural da cidade, vendo a cultura não como gasto, mas como investimento.
Serão criados fóruns regionais de cultura que, juntamente com o Conselho Municipal de Cultura, serão instrumentos de fiscalização e interferência da sociedade civil organizada na gestão cultural da cidade. No orçamento participativo, a população deverá discutir direito à cultura e a programações regionalizadas.

Folha - Quanto esse projeto vai consumir?
Marta
- Vai consumir o orçamento já destinado à cultura. Mas, como cultura é investimento, vamos buscar ampliar seu orçamento, assim como aproveitar o potencial de investimento privado, fazendo parcerias, revisando e aperfeiçoando a lei municipal de incentivo à cultura.

Paulo Maluf

Folha - O sr. diz que vai "ampliar o número de casas de cultura na capital, estendendo-as para a periferia". Faltam espaços na cidade?
Paulo Maluf
- São poucos e subaproveitados. Você tem de criar eventos programados com determinados calendários. Por exemplo, se a população souber que todo sábado à noite tem um concerto em uma biblioteca de Santo Amaro, ela se programa. Na periferia, você não pode ter uma programação de vez em quando, tem de ter um calendário. Vou criar novas casas de cultura ao lado de bibliotecas já existentes.

Folha - O sr. afirma que vai transformar o Carandiru numa área de lazer e cultura. Como vai ser isso?
Maluf
- O governador Mário Covas disse, na campanha eleitoral de 98, que os presos da capital seriam transferidos para o interior. Foi uma promessa eleitoral que ele não cumpriu ainda. Eles queriam construir um grande conjunto habitacional. A minha idéia seria implodir a penitenciária. Acho que lá dá para fazer um Ibirapuera da zona norte.

Geraldo Alckmin

Folha - Gostaria que o sr. explicasse como vai reciclar o funcionalismo da Secretaria da Cultura.
Geraldo Alckmin
- A reciclagem e a valorização profissional serão feitas em todos os setores. A idéia é incorporar modernas técnicas de trabalho e administração, implementando uma maior agilidade e transparência da informação.
Na cultura, a administração das unidades terá maior autonomia, buscando a descentralização das decisões de programação e a definição de prioridades de acordo com os interesses das comunidades. A reciclagem começa pela mudança de mentalidade.

Folha - No item "Broadway Paulistana", o sr. diz que o projeto quer revitalizar o centro histórico. O sr. acredita que o centro ainda tem chance de ser revitalizado?
Alckmin
- A revitalização da área central, especialmente do centro histórico, é uma tarefa que se impõe. Recuperar o centro significa resgatar o principal cartão-postal da cidade, gerar atividade nas áreas que mais empregam atualmente, como o turismo, o lazer e o comércio, e, principalmente, reocupar uma região que é bem dotada de infra-estrutura.
A Broadway paulistana é apenas uma parte do projeto de revitalização, com a transformação das salas de cinema em teatros para peças, shows e musicais.

Luiza Erundina

Folha - O que significa "valorizar o enfoque multicultural e a pluralidade étnica de São Paulo"?
Luiza Erundina
- A cidade de São Paulo tem uma composição étnica e cultural muito diversificada. A zona leste, por exemplo, tem uma presença nordestina forte, e os valores culturais da região são ligados a essa origem. A origem supõe política cultural própria.

Folha - Como a sra. pretende criar novos espaços culturais e ampliar o número de bibliotecas, centros de convivência e esportivos?
Erundina
- Esse projeto não requer muito investimento porque dá para fazer com a iniciativa privada. Dá para fazer a baixo custo e também estabelecendo parcerias com os consulados correspondentes àquela cultura ou com câmaras de comércio.


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