|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Vamos viver para sempre"
especial para a Folha
Betty Carter não era uma jazzista
radical apenas quando improvisava nos palcos ou nos estúdios de
gravação.
Nas entrevistas, a cantora costumava se revelar uma defensora incansável do gênero.
"Nós vamos viver para sempre.
Muita gente pensou que o jazz tinha morrido ou algo assim.
Eles não sabem que o jazz sempre volta. Aqui estamos nós de novo", afirmou à Folha, em 1992, ao
lançar o álbum "It's Not About
the Melody".
Purista
Ser chamada de purista, não a
incomodava. "Eu adoraria poder
manter minha música sempre intacta e continuar abrindo oportunidades para que os músicos mais
jovens possam aprendê-la.
Carter dizia que manter sua música pura era uma forma de se educar e educar também os jovens
músicos de jazz.
Conhecida também por sua língua afiada, Betty Carter não perdoava nem os colegas de profissão, se discordasse de suas idéias
ou estilos musicais.
Um dos maiores desafetos da
cantora era o chamado "free", o
jazz de vanguarda.
Durante a edição de 1993 do Free
Jazz Festival, quem recebeu uma
de suas alfinetadas foi o cantor
Mel Tormé.
"Ele ouviu muito Ella Fitzgerald
e tirou tudo dela. Pode até ser um
bom cantor e compositor, mas todos os improvisos dele são roubados de Ella", acusou.
(CC)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|