São Paulo, segunda, 28 de setembro de 1998

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"Vamos viver para sempre"

especial para a Folha

Betty Carter não era uma jazzista radical apenas quando improvisava nos palcos ou nos estúdios de gravação.
Nas entrevistas, a cantora costumava se revelar uma defensora incansável do gênero.
"Nós vamos viver para sempre. Muita gente pensou que o jazz tinha morrido ou algo assim.
Eles não sabem que o jazz sempre volta. Aqui estamos nós de novo", afirmou à Folha, em 1992, ao lançar o álbum "It's Not About the Melody".

Purista
Ser chamada de purista, não a incomodava. "Eu adoraria poder manter minha música sempre intacta e continuar abrindo oportunidades para que os músicos mais jovens possam aprendê-la.
Carter dizia que manter sua música pura era uma forma de se educar e educar também os jovens músicos de jazz.
Conhecida também por sua língua afiada, Betty Carter não perdoava nem os colegas de profissão, se discordasse de suas idéias ou estilos musicais.
Um dos maiores desafetos da cantora era o chamado "free", o jazz de vanguarda.
Durante a edição de 1993 do Free Jazz Festival, quem recebeu uma de suas alfinetadas foi o cantor Mel Tormé.
"Ele ouviu muito Ella Fitzgerald e tirou tudo dela. Pode até ser um bom cantor e compositor, mas todos os improvisos dele são roubados de Ella", acusou. (CC)



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