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FILMES
O Sargento Trapalhão
Globo, 15h30.
(Sgt. Bilko). EUA, 1996. Direção:
Jonathan Lynn. Com Steve Martin, Dan
Aykroyd. O sargento Bilko é um
especialista em fazer negócios não
necessariamente muito corretos em sua
unidade. Seus problemas começam com
a chegada de velho desafeto.
Um Lobisomem Americano em
Paris
Record, 21h45.
(An American Werewolf in Paris). EUA,
1997, 98 min. Direção: Anthony Walker.
Com Tom Everett Scott, Julie Delpy. Trio
de estudantes americanos fazem
turismo em Paris, até que um deles se
apaixona por Julie Delpy, sem imaginar
que nas noites de lua cheia ela se
transforma em lobisomem.
Vencendo na Marra
SBT, 22h30.
(Turn It Up). EUA, 2000, 86 min. Direção:
Robert Adetuyi. Com Pras Michael,
Vondie Curtis Hall, Ja Rule. Jovem desde
sempre envolvido com drogas tenta sair
desse mundo usando seu talento
musical. Péssimas referências.
Intercine
Globo, 1h30.
"Inferno na Estrada" (1997, de Louis
Morneau, com James Belushi, Kylie
Travis) e "O Doce Amanhã" (Canadá,
1997, de Atom Egoyan, com Ian Holm).
Isto Também Era Hollywood
SBT, 2h45.
(That's Entertainment 2). EUA, 1976.
Direção: Gene Kelly. Continuação do
excelente filme sobre momentos áureos
do cinema e da MGM.
Mãe É Mãe
Globo, 3h25.
(Mother). EUA, 1996, 104 min. Direção:
Albert Brooks. Com Albert Brooks,
Debbie Reynolds. Agitada mãe recebe o
filho escritor em casa depois que ele se
divorcia pela segunda vez.
(IA)
Irmãos Coen à la Hitchcock
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Quando queria dizer que
não gostava de determinado autor, Macedonio Fernandez (escritor, mas, mais
do que isso, personagem argentino) dizia "eu não durmo desse lado".
Pois bem, eu não durmo
desse lado, quando se trata
dos irmãos Coen. Mas
"Fargo" (MGM, 18h) tem
um encanto seguro. Há pelo
menos dois personagens
comoventes: o sujeito que
arma a trama (William H.
Macy) e a policial (Frances
McDormand) que está lá
para desarmá-la.
São dois bons atores e não
sabemos por quem torcer.
Pelo homem que em seu
desespero forja o seqüestro
da própria mulher ou pela
grávida que, por mero senso profissional, quase sem
querer, vai descobrindo
coisas. E nesse sem querer o
filme vai pegando um jeito
hitchcockiano e criando um
belo suspense.
DOCUMENTÁRIO
Claude Chabrol não é gênio, é trabalho
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Por que chamam a isso de "Noite Nostalgia" no Eurochannel?
Por acaso Claude Chabrol morreu
sem avisar a ninguém? E depois
do documentário sobre ele passa
"Mulheres Diabólicas", um filme
que não tem nem dez anos.
A nostalgia agora anda depressa. Antes que ela chegue, vamos
ao especial dedicado a esse mestre
do policial moderno. Dos cineastas da nouvelle vague, Chabrol é o
que menos cultivou o hábito de
falar a respeito de si mesmo, de
teorizar sobre seu trabalho.
No entanto existe ali um pensamento claro, insistente, característico de alguém que deseja chegar a algum lugar. Como ele mesmo diz, quando o cineasta não
pensa o bastante, a imagem perde
clareza. A imagem é cruel.
Talvez tudo comece com o humor. Durante uma filmagem, um
ator faz uma piada. Chabrol faz
cara séria e avança para ele, como
se fosse estapeá-lo. Detém-se e
diz, rindo: "Clouzot, lembra de
Clouzot?". Sessão nostalgia: Hen-ri-Georges Clouzot, antigo diretor
famoso por criar um clima de terror no set. Chabrol é seu antípoda.
Esse humor transparece nos filmes, evidentemente. Filmes em
que a família está quase sempre
presente. Por quê? Porque a família é fonte de felicidade, lembra o
crítico Jean Douchet. Mas em
Chabrol essa felicidade vira seu
reverso. A mulher contra o marido, um primo matando outro primo etc.
E tudo por baixo dos panos. Como se não houvesse conflito. Mas
ele está lá. Lá está também Isabelle
Huppert, talvez a mais favorita de
suas atrizes em todos os tempos. E
lá está a roteirista, também. É algo
que parece importunar a Chabrol:
a intriga. Como se fosse um mero
incômodo. Ele não cuida disso.
Mas, quando a coisa aperta, a roteirista liga para Chabrol. Ele invariavelmente lembra três ou
quatro filmes e as soluções dadas
para situações idênticas. Chabrol
não é gênio, é trabalho. Ele sempre disse isso.
NOITE NOSTALGIA: CLAUDE
CHABROL. Quando: hoje, a partir das
22h, no Eurochannel.
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