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The Doors recauchutado busca cultuadores
DA REDAÇÃO
Não havia santo que acendesse
o fogo de Ray Manzarek, 65, e
Robby Krieger, 58. Até que um jovem senhor de 42 anos, Ian Astbury, entrasse pela porta da frente
e resolvesse brincar um jogo de
faz-de-conta. Nesse espírito, vale
fazer de conta que o ano de 1968
ainda não acabou, que a Guerra
do Vietnã continua correndo solta e que Jim Morrison, o vocalista
do Doors, não morreu.
Essa é atual história resumida
da nova versão de uma das bandas fundamentais do rock, que
agora atende pelo nome The
Doors of the 21st Century e faz
show amanhã em SP, com ingressos esgotados, e sábado, no Rio.
O Doors original, grupo que
surgiu em 1965 em Los Angeles
(EUA), é antes de mais nada um
ícone cultural dos psicodélicos
anos 60. Deu ao mundo o vocalista e poeta místico Jim Morrison,
celebrou a liberdade de expressão
e os excessos, além de criar uma
vasta gama de hits imortais.
Mas, logo que Morrison morreu, em 71, as coisas já começaram a cheirar mal. Os três remanescentes ainda tentaram seguir
adiante com a banda. Não deu
certo. Partiram para carreiras solo. Idem. Em 2002, Manzarek e
Krieger, tecladista e guitarrista,
respectivamente, tiveram uma
nova idéia. Por que não voltar à
estrada com um novo vocalista?
Várias rugas a mais e processos
judicias em excesso -por parte
do baterista John Densmore-
criaram um novo nome: The
Doors of the 21st Century. "Não é
uma banda nova nem é o Doors",
explica Krieger à Folha.
No lugar de Morrison a dupla
teve apenas o trabalho de escolher
qual o melhor clone do cantor, já
que durante anos, surgiram inúmeros vocalistas influenciados
pelo grupo. Não deu outra. O cargo de dublê coube a Ian Astbury,
da banda oitentista inglesa The
Cult. "Não conheço muita coisa
dessa banda", diz Krieger. "Vi
apenas os videoclipes deles, que
eram muito bons, melhores que
as músicas. Mas eles são bons no
palco e têm um bom guitarrista."
Astbury é Morrison reencarnado. Além do timbre de voz semelhante, o inglês adotou um corte
de cabelo parecidíssimo ao do
americano. Krieger, no entanto,
aponta diferenças básicas.
"É mais difícil tocar sem Jim.
Você não sabia o que ele ia fazer
no palco, o que podia ser bom ou
ruim. Às vezes, ficava sem se mexer durante o show inteiro. Havia
sempre um elemento surpresa. Já
com o Ian, você sempre sabe que
ele fará uma ótima performance,
já que se movimenta e pula muito
no palco e faz de tudo para manter o pique do público."
Krieger jura que não voltou pelo
dinheiro. "Faço isso por diversão
e porque não sei fazer outra coisa
na vida. Mas todo o dinheiro está
indo para os advogados..."
(BYS)
THE DOORS OF THE 21ST CENTURY.
Onde (em SP): Credicard Hall (av. das
Nações Unidas, 17.955, Vila Almeida, SP,
tel. 0/xx/11/6846-6010). Quando:
amanhã, às 22h. Ingressos esgotados.
Onde (no RJ): Claro Hall (av. Ayrton
Senna, 3.000, Barra da Tijuca, RJ, tel. 0/
xx/ 21/2430-0700). Quando: sábado, às
22h. Quanto: de R$ 100 a R$ 250.
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