São Paulo, terça-feira, 28 de outubro de 2008

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TELEVISÃO

Crítica

Violência move Kubrick em "Laranja Mecânica"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Se eu tivesse que ficar com apenas um filme de Stanley Kubrick na vida, não seria "2001", nem "Dr. Fantástico". Seria "Laranja Mecânica" (TCM, 1h10; não recomendado para menores de 18 anos).
Por quê? Não sei. Talvez porque o personagem de Malcolm McDowell seja inexplicável, com sua bengala, sua cartola, seu gosto pela "Nona Sinfonia" misturado à violência sem fim (sim, na convenção, Beethoven e outros clássicos significam bons modos; violência e caos vêm do rock). Pois é de violência que trata o filme no primeiro momento. E, no segundo, da violência ainda maior da instituição médica, da psiquiatria em particular.
Ou talvez porque esse seja o filme em que o gosto de Kubrick pela grande angular melhor se justifica, na medida em que torna os movimentos mais rápidos e incisivos.
Soa estranho que Kubrick, antes de morrer, tenha legado a Spielberg um projeto. Talvez não seja tanto: Spielberg é o inverso de Kubrick, acredita cegamente no humano.


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