São Paulo, quarta, 28 de outubro de 1998

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DA RUA
Um abraço

FERNANDO BONASSI

Sorrio amarelo com todos os nossos dentes branquíssimos se aproximando perigosamente e com a cócega que os teus cabelos fazem na minha testa. Ah, como eu sei o que dizem os sins desses sopros nos meus ouvidos! Toda essa pele enrugada pelas minhas mãos esfomeadas das tuas carnes. Não deixarei passar um osso pelo buraco da agulha, entrando nesse reino dos céus. Fecho os olhos pra não esquecer. Por mais terras que eu percorra, ao morrer, de todo jeito, quero esse instante no filme da minha vida. Pr'além de qualquer sacanagem. Não vou embora. É um abraço.



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