São Paulo, sábado, 28 de novembro de 1998

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Escritor tem impacto no país

da Equipe de Articulistas

O impacto da obra do escritor argentino Julio Cortázar na cultura brasileira mereceria um estudo.
Amigo do poeta Haroldo de Campos, admirador da música de Caetano Veloso e da literatura de Osman Lins e Clarice Lispector, Cortázar amou o Brasil e conquistou em retribuição um público leitor fiel (quase todos os seus livros foram traduzidos aqui) e um permanente interesse intelectual por sua obra.
Os dois novos filmes de Guilherme de Almeida Prado ("A Hora Mágica", que abriu a última Mostra de Cinema de São Paulo) e Roberto Gervitz ("Jogo Subterrâneo", em preparação) são baseados em contos do autor de "O Jogo da Amarelinha".
Nas universidades brasileiras, não são poucas as teses sobre Cortázar.
˛ Obras
A mais célebre delas resultou num livro clássico, "O Escorpião Encalacrado", de Davi Arrigucci Jr., elogiado pelo próprio escritor e transformado numa obra de referência obrigatória nos estudos cortazarianos.
Recentemente, Jorge Wolff, da Universidade Federal de Santa Catarina, publicou o pequeno e engenhoso "Julio Cortázar - A Viagem como Metáfora Produtiva", que investiga as várias "viagens" do autor (geográficas, políticas, estéticas) e as relaciona com a obra de outros escritores, como Júlio Verne e William Henry Hudson.
˛ Lado lúdico
Roberto Gervitz diz que Cortázar teve uma grande influência sobre sua geração por ter aberto muitas portas ao mesmo tempo: estéticas, políticas, existenciais.
"Ele nos mostrou o lado lúdico da criação artística. O conto dele que melhor expressa a magia da criação talvez seja "O Perseguidor', inspirado na vida de Charlie Parker", afirma.
(JGC)


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