LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Com dificuldades para respirar e sentindo muito cansaço, a escritora Zélia Gattai, 89, foi internada no final da manhã de ontem na unidade de emergência do Hospital Aliança, em Salvador.
Viúva do escritor Jorge Amado (1912-2001), Zélia Gattai estava em casa quando teve uma queda brusca de pressão e, por orientação médica, foi levada às pressas para o hospital.
Filha da escritora, Paloma Amado disse que os médicos da família também detectaram um quadro de bronquite alérgica em sua mãe. "Ela foi submetida a uma bateria de exames e passa bem. Os médicos recomendaram muito descanso."
Por determinação da diretoria do Hospital Aliança, todos os funcionários foram proibidos de falar sobre o quadro clínico de Zélia.
"A informação que temos é que ela está se recuperando muito bem", disse Neide Correia, secretária da Fundação Casa de Jorge Amado.
Filha de imigrantes italianos, Zélia Gattai conheceu Jorge Amado no ano de 1945, quando o escritor baiano trabalhava em um movimento para anistiar presos políticos.
Aos 63 anos, começou a escrever suas memórias. O livro de estréia, "Anarquistas, graças a Deus", já vendeu cerca de 250 mil exemplares no Brasil, segundo a Fundação Casa de Jorge Amado.
Zélia Gattai também é autora de livros infantis e romances.
Por volta das 13h, o médico Jadélson Andrade, cardiologista de Jorge Amado, esteve no Aliança para visitar a escritora.
Segundo o médico, Zélia Gattai "ficou mais ofegante" pela manhã e teve de usar nebulizador.
"Ela está conversando normalmente, mas só deve deixar o hospital amanhã [hoje], depois de uma análise completa em todos os exames que os médicos solicitaram."
Zélia Gattai faz parte da ABL (Academia Brasileira de Letras) desde 2001, ocupando a mesma cadeira do escritor Jorge Amado. Há pouco mais de um ano, deixou a antiga casa onde morou com o escritor por quase 40 anos -local onde as cinzas de Amado foram depositadas. A casa será transformada em museu.


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