São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 2008

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Televisão/Crítica

Dramas com luta de classes são destaques

PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em "Metrópolis" (TC Cult, 15h40, não indicado a menores de 12 anos), o filho do maior industrial da cidade apaixona-se por uma operária, o que o faz conhecer a triste realidade dos subterrâneos onde mora o proletariado que abastece a elite que vive na superfície.
Fritz Lang, neste que não é dos seus melhores filmes, mas ainda assim é um belo exercício de espaços e arquiteturas, comenta a Alemanha de 1926. E a questão central do filme é a luta de classes, o que torna ainda mais ingênuo (e absurdo) o plano mostrando o aperto de mão entre patrão e empregado.
Sobre o mesmo assunto, George Stevens foi mais agudo em 1955, com seu "Assim Caminha a Humanidade" (TCM, 18h35, classificação indicativa não informada), em que a conciliação entre classes é uma impossibilidade, resultando no sacrifício de uma das partes. Jett Rink (James Dean) trabalha numa fazenda texana sob grande ressentimento e rebeldia. Para piorar, ama a mulher do chefe que ele odeia. Até ele encontrar petróleo e enriquecer espetacularmente.
A fúria perdura, porém, e o abismo que o separa de seus patrões aumentará colossalmente. O caminho será o da violência, sobretudo aquela que há na ocupação e sangria de um espaço e de suas coisas e seres, como foi a do Texas, com seu gado e petróleo sendo explorados pelo homem. Neste belo filme, Stevens fala dos EUA, evidentemente, mas também do ser humano em geral.


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