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São Paulo, quarta-feira, 29 de janeiro de 2003

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Consistência em formas futuristas e uma grande estréia marcaram os desfiles de ontem no prédio da Bienal

Lourenço e Maxime brilham no segundo dia da SPFW

Patricia Santos/Folha Imagem
Desfile de Lorenzo Merlino durante o segundo dia da São Paulo Fashion Week


ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA
JACKSON ARAUJO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O estilista carioca Maxime Perelmuter fez para sua marca, British Colony, uma grande estréia na São Paulo Fashion Week, empolgando o público do segundo dia do evento.
Aos 24, o criador fez um megamix de informações de moda, bem ao estilo grunge, e instalou uma espécie de tropicalismo rústico, com cartela de cores inspirada em Tarsila do Amaral. Os desfiles acontecem até sábado.
Dedicada à moda masculina, a British Colony desfilou tendo como cenário um gigantesco tronco de árvore, com uma misteriosa neblina. Os primeiros looks vieram como amostra do excelente trabalho de estamparia do estilista, desta vez num camuflado estilizado, à moda surfe, reproduzindo a atmosfera da floresta das Paineiras, no Rio. Capas, ponchos, malhas envolvem os garotos de Maxime, nesse momento.
A sequência traz a desencanada mistura característica do estilista, juntando bermudas com pulls, praia e cidade, montanha e alfaiataria, nerd e fun, numa demonstração de domínio do vocabulário da moda, desafiando estilos.
Os leggings masculinos vêm desenhando a silhueta e abrem caminho para os looks finais, bodies masculinos e femininos (nas sensacionais presenças de Paloma Dreher e Renata Klem).
Underwear/neoprene, brincadeira de estilos. Ao final, o estilista, carioquíssimo, entra de chinelo e sua t-shirt de estampa de castor que já nasce hit.
Outro bom momento foi a participação de Lorenzo Merlino, que fez o desfile mais sexy de sua trajetória, com muita transparência, resolvendo bem sua silhueta com recortes, dentro da tendência sporty-chic, em moderna cartela de cores com violeta, musgo, cinza, cáqui, dourado e preto.
Merlino conseguiu um simpático final, ao entrar com quatro cachorros para receber os aplausos.
Reinaldo Lourenço fez um consistente desfile, retomando seu prumo e apresentando uma coleção em que as formas futuristas dos anos 60 ("space age") aparecem refrescadas, com estilo e personalidade.
O estilista alegadamente evoca as formas de Oscar Niemeyer em recortes e desenhos, mas avança sobretudo no sporty-chic. Nesse território, Lourenço se exercita com jaquetinhas e ciclistas, em camurça, plush ou couro.
Andróginos, os meninos e meninas de Reinaldo Lourenço fazem do paetê a base de seu jogo urbano, que traz também um investimento no tecnológico, em vestidos holográficos e no impressionante look tribal em náilon, desfilado por Paulo Ferreira.
A Iódice vem mais fashion, com ênfase no jeans e essencial economia de estampas.
Já a Ellus encerrou o dia com um desfile fraco e decepcionante, com um estilo sadomaso-chic ultrapassado e previsível.

Veja mais fotos dos desfiles na Folha Online (www.folha.com.br/especial/2003/fashionweek/)


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