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ENTRE E FIQUE À VONTADE
Platéia de "Se Eu Fosse Você" ri à solta, faz comentários em voz alta e dá nota 10 ao filme
Público fica "em casa" na sala de cinema
DA REPORTAGEM LOCAL
O escurinho do cinema não
intimida o público de "Se Eu
Fosse Você". Riso solto, comentários em voz alta, elogios ao desempenho dos atores pontuam
as sessões do longa de Daniel Filho mesmo nos endereços mais
inesperados.
Foi exatamente assim o comportamento do público na projeção que a Folha acompanhou
nesta semana no HSBC Belas
Artes, um dos pontos do "circuito de arte" da avenida Paulista.
A gerente administrativa Deise
Lombardi, 36, deixou a sessão
satisfeita com o que viu. "O cinema brasileiro está dez. Saiu do
estágio da pornografia. Agora é
sério e inteligente", afirma.
Em outra região da cidade, no
shopping Metrô Santa Cruz (zona sul) as aposentadas Lurdes
Antunes Rodrigues, 76, e Mirtes
Marti, 78, foram ver o filme no
feriado da quarta passada e também gostaram.
"É um filme bom porque não
precisa nem ler legenda nem
pensar", disse Lurdes.
Mirtes contou que foi atraída a
ver o filme pelo título. Achou a
história engraçada, principalmente a cena em que Tony Ramos, com alma de Glória Pires,
tem de ir ao banheiro.
Elas costumam ir ao cinema
uma vez por mês. Não se lembra
do último filme que viram, mas
o penúltimo foi "2 Filhos de
Francisco", de Breno Silveira.
Além de agradar a terceira idade, o filme de Daniel Filho está
atraindo também crianças e
adolescentes, como Karina Shigeeda, 13, e Roberta Rocha, 11.
Pela propaganda da TV, as garotas acharam que o filme seria engraçado e decidiram conferir. A
última vez que estiveram no cinema foi para assistir a "Harry
Potter e o Cálice de Fogo".
A bióloga Lucilena Ribeiro, 46,
aproveitou a folga no meio da
semana para ver "Se Eu Fosse
Você" pela segunda vez. "Gostei
tanto que voltei com a minha
prima. Filme brasileiro está ficando muito bom", diz.
O economista Carlos Genistretti Neto, 45, que está no segundo casamento, achou a história "mais interessante do que
engraçada". "Ainda mais para
pessoas que já se divorciaram,
como eu", diz ele, que viu o filme
acompanhado da mulher, a administradora Maria Cristina
Fernandes Louro, 42.
Pouco notado pela crítica por
seus méritos de diretor, Daniel
Filho vem se firmando como um
midas da produção no panorama recente do cinema brasileiro.
O nome de Daniel Filho está
associado a quase todos os grandes sucessos nacionais do período (leia quadro acima). Com o
selo de sua produtora, a Lereby,
Filho tem o crédito de co-produtor ou supervisor artístico.
(LAURA MATTOS E SILVANA ARANTES)
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