São Paulo, domingo, 29 de janeiro de 2006

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ENTRE E FIQUE À VONTADE

Platéia de "Se Eu Fosse Você" ri à solta, faz comentários em voz alta e dá nota 10 ao filme

Público fica "em casa" na sala de cinema

DA REPORTAGEM LOCAL

O escurinho do cinema não intimida o público de "Se Eu Fosse Você". Riso solto, comentários em voz alta, elogios ao desempenho dos atores pontuam as sessões do longa de Daniel Filho mesmo nos endereços mais inesperados.
Foi exatamente assim o comportamento do público na projeção que a Folha acompanhou nesta semana no HSBC Belas Artes, um dos pontos do "circuito de arte" da avenida Paulista.
A gerente administrativa Deise Lombardi, 36, deixou a sessão satisfeita com o que viu. "O cinema brasileiro está dez. Saiu do estágio da pornografia. Agora é sério e inteligente", afirma.
Em outra região da cidade, no shopping Metrô Santa Cruz (zona sul) as aposentadas Lurdes Antunes Rodrigues, 76, e Mirtes Marti, 78, foram ver o filme no feriado da quarta passada e também gostaram.
"É um filme bom porque não precisa nem ler legenda nem pensar", disse Lurdes.
Mirtes contou que foi atraída a ver o filme pelo título. Achou a história engraçada, principalmente a cena em que Tony Ramos, com alma de Glória Pires, tem de ir ao banheiro.
Elas costumam ir ao cinema uma vez por mês. Não se lembra do último filme que viram, mas o penúltimo foi "2 Filhos de Francisco", de Breno Silveira.
Além de agradar a terceira idade, o filme de Daniel Filho está atraindo também crianças e adolescentes, como Karina Shigeeda, 13, e Roberta Rocha, 11. Pela propaganda da TV, as garotas acharam que o filme seria engraçado e decidiram conferir. A última vez que estiveram no cinema foi para assistir a "Harry Potter e o Cálice de Fogo".
A bióloga Lucilena Ribeiro, 46, aproveitou a folga no meio da semana para ver "Se Eu Fosse Você" pela segunda vez. "Gostei tanto que voltei com a minha prima. Filme brasileiro está ficando muito bom", diz.
O economista Carlos Genistretti Neto, 45, que está no segundo casamento, achou a história "mais interessante do que engraçada". "Ainda mais para pessoas que já se divorciaram, como eu", diz ele, que viu o filme acompanhado da mulher, a administradora Maria Cristina Fernandes Louro, 42.
Pouco notado pela crítica por seus méritos de diretor, Daniel Filho vem se firmando como um midas da produção no panorama recente do cinema brasileiro.
O nome de Daniel Filho está associado a quase todos os grandes sucessos nacionais do período (leia quadro acima). Com o selo de sua produtora, a Lereby, Filho tem o crédito de co-produtor ou supervisor artístico. (LAURA MATTOS E SILVANA ARANTES)


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