São Paulo, sexta, 29 de janeiro de 1999

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Disco é tecno sem ser tecno

da Reportagem Local

A Folha teve acesso a uma audição de partes de "Fuá na Casa de Cabral", segundo disco do Mestre Ambrósio, ainda inédito. O primeiro, homônimo e independente, vendeu 20 mil cópias, sem gravadora.
Entre as 14 faixas, o novo inclui regravações de três canções do disco de estréia -"Pé de Calçada", "Usina" e "Se Zé Limeira Sambasse Maracatu". As releituras são suficientes para que se perceba o salto que Suba proporcionou à banda -são versões que mantêm a "pureza" quase rural do Mestre Ambrósio, mas bastante modernizadas.
A inédita "Esperança" preserva a rusticidade, mas é contaminada de referências que vão da música erudita a Mutantes. A orgia tecnológica (samples de rituais indígenas, muita polifonia) acasala-se à orgia primitiva (maracatus, forrós), com resultados inesperados.
Não é de estranhar que tal produto seja inédito. As gravadoras estão mais ocupadas investindo em bandas como Cidade Negra, que fazem música como se Pedro Álvares Cabral ainda fosse vivo. E o Brasil continua perdendo bondes históricos. (PAS)



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