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Disco é tecno
sem ser tecno
da Reportagem Local
A Folha teve acesso a uma
audição de partes de "Fuá
na Casa de Cabral", segundo disco do Mestre Ambrósio, ainda inédito. O primeiro, homônimo e independente, vendeu 20 mil
cópias, sem gravadora.
Entre as 14 faixas, o novo
inclui regravações de três
canções do disco de estréia
-"Pé de Calçada", "Usina"
e "Se Zé Limeira Sambasse
Maracatu". As releituras
são suficientes para que se
perceba o salto que Suba
proporcionou à banda
-são versões que mantêm
a "pureza" quase rural do
Mestre Ambrósio, mas bastante modernizadas.
A inédita "Esperança"
preserva a rusticidade, mas
é contaminada de referências que vão da música erudita a Mutantes. A orgia tecnológica (samples de rituais
indígenas, muita polifonia)
acasala-se à orgia primitiva
(maracatus, forrós), com
resultados inesperados.
Não é de estranhar que tal
produto seja inédito. As
gravadoras estão mais ocupadas investindo em bandas como Cidade Negra,
que fazem música como se
Pedro Álvares Cabral ainda
fosse vivo. E o Brasil continua perdendo bondes históricos.
(PAS)
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