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Suba lança álbum solo apenas no exterior
da Reportagem Local
Seguindo tendência de artistas
que trabalham com música "alternativa" no Brasil, o produtor Mitar
Subotic lança em abril seu primeiro CD solo em caráter mundial
-menos, a princípio, no Brasil.
Ele assinou contrato com a gravadora belga Crammed -que já
lançou Howie B. e Moby- e prepara disco eletrônico com participações de Marina Lima, Mestre
Ambrósio, Edgard Scandurra, André Gereissatti e Arnaldo Antunes.
Seu contrato com a Crammed
expõe outra das distorções do sistema fonográfico brasileiro. "É para quatro trabalhos, com orçamento crescente de um disco para
o outro. O contrato não obriga a
vender já no primeiro CD. É um
projeto de colocação gradativa."
No Brasil, em geral acontece o inverso. A banda baiana Didá, lançada em janeiro passado pela BMG,
por exemplo, foi "liberada" após o
primeiro CD. "A vendagem não foi
significativa", explica a gravadora,
que não forneceu os números.
Suba sofisticou o som regional
do Mestre Ambrósio, segundo ele
procurando preservar suas características. "Eles continuam a usar
os instrumentos mais rústicos que
existem, mas com tratamento digital e mixagem no estúdio de Philip
Glass, em Nova York."
O produtor comemora o resultado da associação inusitada. "Não é
forró, é quase teatro. Meu objetivo
foi imprimir esse teatro num registro sonoro, fazer um disco não regional, mas autêntico. É um desafio enorme."
"O tradicionalismo atrasou no
mínimo dez anos a música brasileira. Trabalho com música eletroacústica desde 78 e, quando
cheguei aqui, em 91, não existia
música eletrônica no Brasil. O
mangue beat foi o primeiro a forçar essa barreira de tropicália/
MPB careta/rock dos anos 80."
Suba prepara ainda, com o DJ
Soulslinger, brasileiro radicado
nos EUA, o projeto MAU (Mestre
Ambrósio Underground), só com
remixes de faixas da banda, também para sair só lá fora.
(PAS)
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