São Paulo, sexta-feira, 29 de março de 2002

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JOSÉ SIMÃO

Buemba! Vai encarar o bacalhau da sogra?

Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O braço armado da gandaia nacional! Direto do FHnistão. Trabalhar em feriadão dá dengue! E a Selecinha do Felipão? O Ronaldinho continua mágico. Só deveria tirar aquele cavanhaque de festa de São João. E o gol do Luizão? Eu tenho uma teoria sobre o gol do Luizão: não conseguiu jogar pra fora e acertou no gol. Rarará!
Tony Erramos. Ontem aqui na coluna eu falei que a Lusa ficou em quinto lugar na venda de camisetas. Errei. Não é camiseta, é camisinha. Então eles não são torcedores, são COMEDORES! Rarará! E todo ano, na Semana Santa, eu escrevo a mesma coisa, porque Semana Santa é sempre a mesma coisa: o leão comeu o cristão, o cristão comeu o bacalhau e foram todos pra praia. E sobrou alguém pra dar uma coelhada rápida?
E um amigo meu diz que vai passar a Semana Santa rezando. "Porque, se Deus fez aquilo com Jesus, que era seu filho, imagina comigo, que ele nem conhece."
E sabe o que Cristo disse pro ladrão Dimas, crucificado à sua direita? "Hoje estaremos no Reino dos Céus." Ou seja, perdoar ladrão não é privilégio do Brasil. E sabe o que Cristo disse pro crucificado da esquerda? "Chega mais perto pra sair no santinho."
E, quando Cristo na cruz viu o Malanta e o Duhalde, disse: "Perdoai, Pai, eles não sabem o que fazem". Aliás, nunca souberam! É a Turma do Primário Mal Feito! E aí, tá preparado pra encarar o bacalhau da sogra? O batatalhau. Dez quilos de batata pra um grama de bacalhau. E, quando aparece bacalhau, todo mundo bate palma!
E eu sei que hoje não é dia de blasfêmias, mas o escritor romeno Cioran disse que "se Cristo em vez de morrer na cruz, tivesse morrido no sofá, a gente não estaria sofrendo até hoje". Estaríamos livres de três coisas: do sentimento de culpa, do preço do bacalhau e do Thiago Lacerda pregado na cruz, dando adeusinho pras fãs lá em João Pessoa!
E quando eu era menino não podia nem rir na Sexta-Feira da Paixão. Não podia ostentar sinais exteriores de felicidade. Não podia rir, nâo podia ouvir rádio. E não podia transar, claro. Tanto que tem aquele ditado: mais liso que puta em Semana Santa.
E continua a todo vapor o meu dicionário tucano, o Bestiário Tucanês. É que uma amiga minha entrou numa doceria e estava escrito: "ovos de cacau industrializados". Tucanaram o ovo de Páscoa. Tucanaram a Páscoa. Tucanaram o coelho. Tá tudo tucanado. Pior que praga de urubu! Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno! No bacalhau! No bacalhau da sogra!

simao@uol.com.br



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