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São Paulo, terça-feira, 29 de abril de 2003

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Skol Beats tem falhas de som, mas capricha em atrações; conheça os DJs escolhidos pela Ilustrada

Volume mínimo

Marcelo Liso/Folha Imagem
O DJ holandês Junkie XL, nome que agradou ao público do evento


THIAGO NEY
DA REDAÇÃO

Foi bom, mas poderia ter sido -bem- melhor. Maior evento de música eletrônica do continente, o Skol Beats (das 16h de sábado às 9h30 da manhã de domingo; público: 43 mil) teve alguns grandes momentos -por parte de DJs- e várias falhas -organizacionais, principalmente.
A escalação de alguns bons nomes logo no começo do evento (a primeira apresentação do projeto conjunto de drum'n'bass de Marky e Xerxes, no palco principal; o DJ de house Mark Farina) atraiu número considerável de público no final da tarde de sábado, evitando, ao longo da noite, os congestionamentos quilométricos e as filas gigantescas que marcaram o festival do ano passado, no autódromo de Interlagos.
Outro ponto positivo: as apresentações impecáveis de alguns DJs nacionais.
Mau Mau, um quase veterano da noite paulista, entrou na tenda The End logo após o furacão Mark Farina e não deixou a energia cair na uma hora e meia em que tocou. Fez um set que variou entre uma house animada e um tecno alegre, de batidas não muito pesadas; mais acelerado, o tecno da dupla Camilo Rocha e Allex S. e do DJ Renato Cohen agradou muita gente, mesmo com concorrência internacional em seus horários.
Já Marky e Patife... Os dois paulistanos crescidos na zona leste de São Paulo estão no topo máximo do drum'n'bass mundial, incontestáveis popstars desse gênero ("bateria e baixo", na tradução) criado na Inglaterra e apadrinhado pelo Brasil. Foram os dois sets mais animados e emocionantes da tenda Movement, a que recebeu o maior público do festival.

Problemas
Às falhas. A grande decepção deste Skol Beats foi a qualidade sonora das tendas e do palco principal. Nas primeiras, o som estava irritantemente baixo (principalmente na Bugged Out!) e vazando de uma tenda à outra (foram posicionadas muito perto -cerca de 20 metros umas das outras).
No palco principal (localizado na dispersão do Sambódromo, ao lado da marginal Tietê, lugar feio e pequeno quando comparado à vastidão dos gramados de Interlagos), algumas falhas técnicas prejudicaram apresentações de Camilo/Allex e da dupla francesa de tech-house The Youngsters.
Enquanto o público que chegava para o Skol Beats na noite de sábado era surpreendido por arrastões, dentro do Sambódromo havia um número excessivo de PMs (900) e de seguranças contratados (1.600). Algumas pessoas que dançavam de forma mais exaltada recebiam olhar "desconfiado" dos policiais/seguranças e chegavam até a ser abordadas.
Houve erros também de escalação de DJs. A boa dupla de tecno/ big beat Medicine 8 tocou para meia dúzia, concorrendo com Mark Farina e Marky; Dave Clarke e Derrick May, ídolos do tecno e que vieram pela primeira vez ao país, tocaram no mesmo horário.
As bandas, 808 State e Stereo MC's, já veteranas, não entusiasmaram o jovem público do evento no palco principal. No local, quem realmente se destacou foi o holandês Junkie XL. Ele abriu com o hit "A Little Less Conversation", remix de Elvis Presley, e emendou um set animado que misturou house, tecno e rock.

Colaboraram Diego Assis, da Reportagem Local, e Bruno Yutaka Saito, da Redação


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